Não houve demora para as reações às declarações do pastor Pat Robertson, ex-candidato presidencial pelo Partido Republicano e fundador da Coalizão Cristã, que defendeu o assassinato do presidente venezuelano, Hugo Chávez, por agentes do serviço secreto dos EUA. O embaixador da Venezuela nos Estados Unidos, Bernardo Alvarez, condenou as declarações, classificando-as como um ato terrorista, exigindo uma medida da Casa Branca. “Este senhor fez uma incitação ao terrorismo, ao pedir a organismos do governo norte-americano que assassinassem o presidente Chávez”, disse o embaixador.
As declarações do pastor fundamentalista foram feitas em seu programa nacional de televisão transmitido pela Christian Broadcast Network. “Se ele pensa que estamos tentando assassiná-lo, penso que, na verdade, deveríamos fazer isso mesmo. É muito mais barato do que iniciar uma guerra”, disse Robertson.
O secretário de Defesa do governo dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, negou qualquer intenção de prática de ato violento contra Chávez, afirmando ser “uma opinião de cidadão”, embora o pastor já tenha sido figura poderosa na máquina republicana, representando ainda hoje um setor ultra-conservador do país, que desempenhou um papel importante nas duas últimas eleições. O movimento fundado por ele é uma das mais fortes bases de apoio de George W. Bush.
Para tentar amenizar o teor das declarações, Robertson piorou, ao dizer que seu discurso foi “mal-interpretado”. “Disse que nossas forças especiais deveriam derrubá-lo e derrubá-lo pode ser várias coisas, inclusive seqüestrá-lo”, afirmou. O pastor acrescentou: “há várias maneiras de tirar um ditador do poder, além de matá-lo”.
A reação de Chávez
Chávez estava em Cuba, quando soube das declarações feitas pelo pastor. “A mim, não importa o que esse senhor opine. Não sei quem é essa pessoa. Prefiro falar da vida e estive trabalhando esta manhã com Fidel Castro”, disse o presidente venezuelano quando deixava Havana rumo a Jamaica. No dia seguinte, Chávez deu sua resposta, propondo ao governo dos EUA oferecer gasolina barata aos trabalhadores norte-americanos mais pobres.
O combustível seria fornecido diretamente aos setores mais pobres da população, sem a atuação de intermediários que, segundo ele, “especulam, aumentam os preços e exploram os consumidores”. A Venezuela é o quinto produtor de petróleo do mundo e tem um dos preços mais baixos da gasolina em nível internacional. O governo dos EUA não respondeu à oferta.
Com informações da Agência Carta Maior