Por Imprensa
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, revelou ontem (20/2) durante o programa dominical “Alô, presidente!” que está certo de que o governo dos Estados Unidos está planejando matá-lo e que, se conseguir, “acenderá o pavio” latino-americano e se arrependerá porque “morderá o pó da derrota”. Depois de lembrar uma série de funcionários do governo dos EUA que na última semana falaram contra ele, acrescentou que estão “preparando o terreno” para matá-lo e depois invadir seu país.
O governo dos Estados Unidos reiterou ontem que sua posição a respeito da Venezuela não mudou, e evitou fazer comentários sobre o suposto plano para assassinar o presidente. Ou seja, usou da tática do nem que sim, nem que não. Um porta-voz do Departamento de Estado, Lou Fintor, disse que “nossa posição não mudou a respeito da Venezuela”.
Perguntado sobre o suposto plano para eliminar Chávez, Fintor contestou taxativamente: “não tenho comentários”. Desde que o presidente bolivariano começou a se destacar claramente antiimperialista e a criticar publicamente as ações do governo Bush, o Departamento de Estado manifesta-se como opositor à política venezuelana. Essa política se manifesta — ironicamente — em acusações de que haveria desrespeito aos direitos humanos na Venezuela. Em seu relatório anual sobre os direitos humanos em 196 países, emitido em maio de 2004, o Departamento de Estado voltou a repetir sua suposta preocupação pelo panorama político na Venezuela.
As recentes declarações do diretor da CIA, Porter Goss, ante um comitê do Senado, nas quais nomeou a Venezuela entre os países “potencialmente” instáveis em 2005 foram mal recebidas pelo governo de Caracas.
Na recente indisposição entre os governo da Venezuela e Colômbia, após Uribe ter mandado prender um dirigente das Farc em território venezuelano, Chávez também afirmou que quem se beneficiariam com a suspensão das relações diplomáticas entre os dois países seria apenas os Estados Unidos, que financiam o Plano Colômbia de ajuda ao “combate ao terror”, que na prática é a perseguição ao movimento das Farc.
Felizmente, na última semana, o presidente Álvaro Uribe visitou Caracas e não só pôs fim à crise como também impulsionou o processo de integração em vários setores entre os dois países.
Fonte: Portal Vermelho