Por Marcela Cornelli
Um “funeral” registrou ontem o fim definitivo do provão, Exame Nacional de Cursos adotado pelo MEC há sete anos para mensurar o rendimento do ensino universitário.
A parada cardíaca sofrida no final da manhã foi provocada pela divulgação do relatório elaborado pela Comissão Nacional de Educação. O documento foi elaborado com a participação da UNE e mostra uma avaliação negativa do agora moribundo provão.
A conclusão é de que há necessidade de tirar o foco da avaliação apenas do estudante para dar visibilidade ao conjunto das atividades das instituições, por meio de um verdadeiro processo de avaliação institucional.
O sentimento dos estudantes que compareceram à solenidade com direito a coroa de flores em frente ao prédio do Ministério da Educação era de alívio: “Ele morreu de pura incapacidade operativa. Infelizmente foi um inepto, incapaz de enxergar o estudante no contexto da realidade do ensino brasileiro. Podemos dizer que foi uma das primeiras vítimas das mudanças promovidas pela nova fase política por que passa o Brasil”, murmurou ao lado do caixão a estudante do terceiro ano do curso de pedagogia da UnB, Claudia Alencar.
Antes de dar o último adeus ao falecido, o presidente da UNE, Gustavo Petta, esclareceu que a Comissão Nacional de Avaliação discutiu durante meses e concluiu pela necessidade de combinar a avaliação externa com a auto-avaliação, ou seja, deverão ser considerados os dois lados e não apenas o estudante. “A nova proposta não é apenas mais um método, mas sim um sistema, capaz de fazer com que o estudante seja o protagonista da avaliação e não um mero objeto dela”, afirmou.
A expectativa da UNE é de que já no próximo ano os estudantes não precisem mais passar por esse tipo de avaliação e para isso estão sendo estudadas alternativas que contam com o apoio do ministro da Educação, Cristovam Buarque.
Fonte: Diário Vermelho