Por Marcela Cornelli
Os trabalhadores do Besc entraram em greve por tempo indeterminado no dia 31 de março. Segundo o sindicato da categoria, este foi o último instrumento dos trabalhadores para tentar fechar a negociação salarial de 2003, interrompida em outubro. Na época, o Sindicato dos Bancários e a direção do banco discutiam o Acordo Coletivo, e os patrões solicitaram um tempo para que a instituição voltasse a apresentar resultado positivo. Ficou acordado que a negociação seria retomada até o dia 15 de março deste ano.
Segundo o sindicato, do Acordo Coletivo fechado pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), os besquianos receberam até hoje apenas 2/3 do abono, que deveria ser de R$ 1500,00. O reajuste de 12,6%, o restante do abono e a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) ficaram para ser negociados no início deste ano, assim que fosse conhecido o balanço do banco.
Em 19 de fevereiro o Besc apresentou o resultado de 2003, que apontou um lucro líquido de R$ 10,644 milhões, contra um prejuízo de R$ 942,3 milhões em 2002. Somado ao lucros das demais empresas do conglomerado, o resultado positivo do Besc em 2003 alcança R$ 25,344 milhões.
Sabendo que o resultado positivo só foi possível graças ao esforço dos trabalhadores, o sindicato se diz surpreso com a falta de sensibilidade da direção do banco, que se esquivou da retomada das negociações.
Besc é bode expiatório
Segundo o sindicato, o Banco do Estado de Santa Catarina é o único no país que não recebeu os direitos negociados pela Fenaban (12,6% de reajuste, abono de R$ 1.500,00 e PLR) no Acordo Coletivo 2003. Todos os demais, incluindo os bancos que, a exemplo do Besc estão federalizados, já receberam o reajuste salarial de 2003.
O que os besquianos reivindicam é o cumprimento do Acordo firmado pela Fenaban. E, segundo eles, esperam resolver o impasse, provocado pela intransigência da diretoria do banco, o mais rápido possível, para poder voltar a atender normalmente a população catarinense.
Fonte: Sindicato dos Bancários de Florianópolis e Região