Trabalhadores da UFSC paralisam atividades nos dias 5 e 6 de novembro

Na sexta-feira, dia 31 de outubro, trabalhadores da UFSC reunidos em  sessão da Assembléia Geral Permanente, no Auditório da Reitoria, decidiram paralisar as atividades por 48 horas,  nos dias 5 e 6 de novembro. Como aconteceu em  16 de outubro, a idéia é de fazer uma paralisação ativa,  realizando atividades de luta dentro da universidade e fora do campus, em atos em defesa do serviço público.
Na manhã do dia 5, quarta-feira, depois de um café da manhã coletivo, servido do RU – Restaurante Universitário, haverá uma rápida assembléia no local. A AG será  apenas para referendar os nomes dos caravaneiros que irão participar da Marcha Nacional em Brasília, em 11 de novembro, um dia de luta unificada dos servidores públicos.
Depois disso, os trabalhadores irão até a reitoria para cobrar, do reitor Álvaro Prata,  a marcação de uma audiência pública para tratar da isonomia de horário (6h para atender a comunidade por 12 no mínimo) e a pauta emergencial de lutas da categoria. Essa audiência pública vem sendo solicitada há quase três meses e o reitor não dá qualquer resposta   aos trabalhadores.
Logo em seguida ao ato na reitoria, às 10 horas,  os servidores se deslocam, de ônibus,  até o Hospital Florianópolis (HF) para participar de um ato conjunto do Movimento Unificado contra a Privatização, o Mucap, formado por várias entidades sindicais, populares e estudantis. A manifestação é para defender o HF, lutando contra a terceirização da alimentação  e a privatização do hospital.
Paralisação ativa também dia 6
Já no dia 6, quinta-feira, no período da manhã, será realizada, no RU,  uma reunião ampliada de planejamento do Mucap – Movimento Unificado contra a Privatização. Nessa reunião, seguida de almoço coletivo,   vão ser planejadas as ações que devem ser realizadas para barrar a avassaladora onda de privatização disfarçada, comandada pelos governos Lula, Luiz Henrique e Dário Berger.
Essa nova temporada de entrega do patrimônio da nação brasileira é muito perigosa, porque vem  mascarada de  fundação estatal de direito privado, organizações sociais (OEs)  e parcerias público-privadas (PPPs). Assim, correm alto risco de privatização   não só a saúde pública, mas a educação pública e praticamente quase tudo que resta de público no país.
Na esteira desse ataque, já está  andando a terceirização do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), o Instituto Estadual de Educação, o Corpo de  Bombeiros, as rodovias (com a instalação de postos de pedágio), só para citar alguns exemplos bem visíveis. Se for aprovado o PL-92, projeto que cria a  fundação estatal de direito privado, os HUS são os próximos da fila.
E é importante lembrar, que posições de mandato dos reitores atuais   não oferecem nenhuma garantia, pois,  quando houver a força da lei,  as administrações universitárias, usando o pretexto da crise e falta de verbas,  vão ter o instrumento na mão para privatizar os hospitais das universidades, com um impacto irreversível para a vida  povo e dos trabalhadores dos HUs. 
Terceirizar é o primeiro passo para privatizar    
No dia 5, durante o ato em defesa do Hospital Florianópolis,  será servido um almoço para os manifestantes, organizado pelo Sindiprevs, justamente para comprovar a qualidade da alimentação servida aos pacientes e familiares de internados.  Existe uma aceitação de mais de 90% da comida servida no HF, mas o governo do estado insiste em terceirizar o serviço, e terceirização já é uma forma de privatização.
Não contente em ter privatizado o Cepon e o Hemosc, que  já deixaram de ser 100% SUS, o governo Luiz Henrique continua a conduzir o processo de privatização mascarada de amplos setores da saúde pública. Recentemente entregou, ainda cheirando a tinta fresca, novinho, a um grupo privado,  o Hospital Materno Infantil de Joinville.
A Secretaria de Estado de Saúde divulgou recentemente em nota pública, durante greve dos trabalhadores,  que sua intenção nunca foi de privatizar o Cepon e Hemosc.  Mas o fato é que isso já aconteceu, pois ambos os serviços, vitais para tratamento de câncer e problemas ligados ao sangue, já foram transformados em organizações sociais, deixando de ser 100% SUS.
E isso é a privatização disfarçada, que eles não contam: agora já têm preferência no atendimento pacientes com carteirinhas de convênios privados, que conseguem fazer com mais rapidez os exames e conseguem  acesso facilitado na fila que antes era única, só do SUS, garantindo o princípio da igualdade no atendimento público. Pacientes do Sistema Único de Saúde agora precisam esperar dias, até meses, na fila do Cepon,  para serem atendidos, muitas vezes perdendo a vida antes de conseguir a primeira quimioterapia, como vem denunciando o Sindsaúde.       
 
Eixo nacional e interno da paralisação dos dias 5 e 6
A paralisação nacional é chamada pela Fasubra e tem o seguinte eixo:
         Garantiade recursos para a aplicação da tabela salarial em 2009, nos prazos estabelecidos;
         Recuperação do step constante que o governo tirou;
         Em defesa dos hospitais universitários;
         Manutenção da paridade dos aposentados;
         Contra o congelamento das ações judiciais;
         Pela aprovação da EC-441, EC-270 e EC-555;
         Contra a portaria que provocou o congelamento das consignatárias.
 
Os trabalhadores da UFSC também aprovaram uma pauta interna para  paralisação dos dias 5 e 6 de novembro
 
         Pela UFSC mais tempo de portas abertas: 6h para atender 12 a comunidade;
         Por uma imediata audiência pública com o reitor para tratar da isonomia de horário e a pauta emergencial de lutas;
         Em defesa do Serviço Público e contra todas as ações e leis dos governos que tiram o patrimônio do povo;
          Contra a privatização do Cepon, Hemosc, HU, Hospital Florianópolis e qualquer outro serviço público.
Fonte: Sintufsc