A semana começa quente e pesada para os trabalhadores brasileiros, prestes a serem vilipendiados em seu direito de aposentar-se. Michel Temer e Henrique Meirelles assumiram a negociação com a Câmara dos Deputados, na caça aos votos para aprovação das reformas trabalhista e previdenciária. O corpo-a-corpo começou ainda na sexta-feira (3), em reunião entre Meirelles e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ).
Além de exigir a manutenção da idade mínima de 65 anos, o governo cobra a fidelidade da base e as benesses distribuídas. Deputado que votar contra a PEC 287 perderá cargos que tenha no Executivo. Outra ordem é para que os partidos troquem os rebeldes na Comissão especial da reforma da Previdência. O Planalto deixa claro, assim, que não existe espaço para discursos pró-flexibilização no debate das reformas.
A movimentação do titular do Planalto aponta para o afastamento definitivo do até agora ministro Eliseu Padilha, citado como intermediário de propinas nos depoimentos de José Yunes e Marcelo Odebrecht à Justiça Eleitoral, na ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer.
Do outro lado da rua, na Câmara dos Deputados, a agenda das reformas segue ritmo frenético ao lado de outras ameaças, como o PL da terceirização (4302/98) que até pode ser votado nesta terça-feira (7). Na Comissão Especial que analisa a PEC 287/16 (reforma da Previdência), três audiências públicas estão agendadas para esta semana. Na terça-feira (7), serão discutidas as aposentadorias de trabalhadores que desenvolvem atividades de risco, como os policiais e agentes de segurança. A aposentadoria de professores e outros trabalhadores que atuam em atividades que prejudicam a saúde entra na pauta da Comissão na quarta-feira (8), às 14 horas, no plenário 2. Encerrando os trabalhos legislativos da semana na Comissão Especial, na quinta-feira (9), a discussão será sobre as novas regras de aposentadoria para servidores públicos. A audiência acontece às 9h30, no plenário 2.
Já a Comissão Especial da reforma trabalhista (PL 6.787/16) recebe os presidentes das seis principais centrais sindicais — CTB, CSB, Força Sindical, CUT, UGT e NCST — na terça-feira (7), e os dirigentes das maiores confederações patronais – CNA, CNC, CNI, CNT, CNS e Febraban – na quarta-feira (8), às 14h30, em plenário a definir.
Na quinta-feira (9) pela manhã (9h), a comissão ouvirá outros seis convidados para falar sobre o direito do trabalho urbano. Serão representantes da Justiça do Trabalho, de advogados trabalhistas, do setor universitário e da indústria de máquinas e equipamentos.
Com a ofensiva do Planalto e a agenda a toque de caixa da Câmara dos Deputados, a Fenajufe reforça alerta às entidades para que intensifiquem a pressão sobre os parlamentares em suas bases eleitorais. O governo não está disposto a perder ou recuar um milímetro nos ataques aos trabalhadores. Se ele ganhar, quem perde é o trabalhador. (Com informações da Agência Diap).