STF vai apresentar proposta ao Planejamento amanhã

 

 

É hora de mostrar a nossa força e não baixar a guarda até a conquista do PCS

 

 

Amanhã às 18 horas, finalmente os negociadores do STF, Alcides Diniz, Diretor Geral e Amarildo, Diretor de Recursos Humanos, designados pela presidência, vão finalmente reunir com o Ministério do Planejamento, representado pelo Secretário Executivo da pasta, João Bernardo. Na reunião o STF vai apresentar sua posição de manter a íntegra do projeto e discutir um parcelamento para implementação, cuja proposta deverá ser de duas vezes. A reunião foi confirmada pelo gabinete do secretário. Amanhã vamos finalmente ouvir uma posição do governo diante da proposta do PCS, que certamente não será o acatamento das condições propostas pelo Supremo, mas a primeira rodada efetiva de negociação, quando as partes colocam na mesa suas propostas e contra-propostas.

 

Demoras inexplicáveis

Para chegar a este ponto foram um mês de greve e uma demora inexplicável entre um fato e outro. O primeiro foi a reunião com o Ministro do Planejamento, na quarta-feira, 26 de maio, quando ele cobrou uma proposta do STF; uma semana depois, na terça-feira da semana passada, o dia do primeiro apagão, O Comando Nacional de Greve obteve do STF o compromisso de defesa da proposta tal qual foi encaminhada ao Congresso. Mais uma semana terá se passado amanhã, para que o Supremo comunique aquela posição ao Ministério do Planejamento.

Estamos num momento crucial da greve em que não podemos, de modo algum, retroceder na mobilização pois é o movimento que está impulsionando o desfecho de uma negociação entre um STF que não tinha muita pressa e um governo que não quer gastar com salário de servidores e aposta no esgotamento do tempo com a chegada do recesso parlamentar.

 

Repressão ao direito de greve

A força da greve é sentida e se reflete nas medidas repressivas tomadas nos três ramos do Judiciário. A Justiça Eleitoral conseguiu uma liminar através da AGU para obrigar 80% dos grevistas a trabalharem, num atentado ao direito de greve. O TST baixou um Ato autoritário exorbitando sua competência para enfrentar a mais forte greve realizada naquele tribunal – e que continua forte apesar da repressão. Em Santa Catarina, notícias de desconto dos salários dos grevistas nas próximas folhas da Justiça do Trabalho e da Federal, que fecham nesta semana, demonstram a preocupação dos seus dirigentes com o movimento. O Comando de Greve se reunirá hoje, no início da tarde, com o Presidente do TRT e com o Diretor do Foro da Justiça Federal, para tratar deste assunto e espera que o resultado seja a manutenção do clima de diálogo e bom senso que vem marcando as relações entre os grevistas e os dirigentes dos órgãos desde o início da greve no Estado.

 

A hora de mostrar toda a nossa força

Nesta reta final, é a hora de mostrarmos o nosso valor. É hora de reforçar o movimento e no apagão de hoje nossa resposta será a unidade de todos. Hoje é o dia de mostrarmos a força da solidariedade com os que estão em greve há mais de 30 dias, com todos os riscos de sua decisão, e com a certeza de que a vitória nunca veio de mão beijada. É hora de mostrarmos que, em greve ou não, estamos juntos no mesmo objetivo de sustentar com nosso trabalho um Judiciário que faça Justiça para os cidadãos e para seus próprios servidores.