Por Marcela Cornelli
O coordenador-geral do MST, João Pedro Stédile, criticou hoje as universidades e os intelectuais do país durante o lançamento do Relatório dos Direitos Humanos no Brasil, realizado na PUC do Rio de Janeiro.
O líder sem-terra afirmou que as universidades do país entraram em letargia, pararam de pensar e de debater o Brasil. Disse também que as universidades só visam o lucro, segundo ele “uma loja de ensino”. “Tem que parar com essa história de vender diploma à prestação.”
Stédile voltou a declarar que um dos principais problemas do país é o desemprego e que “não adianta ficar criticando o governo, porque esse governo está atado a alianças eleitorais”.
Reforma agrária
O líder sem-terra também disparou contra o programa de reforma agrária do governo Lula. “O programa real de reforma agrária para este ano foi uma vergonha. Esse governo vai assentar 7.000 famílias em assentamentos novos e 10 mil em assentamentos criados durante o governo passado.”
Segundo ele, o retardo na questão agrária na gestão petista se deve à política neoliberal, com a continuidade de acordos com o FMI e metas de superávit fiscal, o que deixou a área social e a reforma agrária sem recursos.
Stédile reafirmou que não haverá trégua nas invasões de terras. “Nossos esforços são de continuar com a luta, fazendo nosso trabalho, para pressionar a sociedade e o governo.”
O coordenador do MST disse também que o desemprego é o maior problema do País, e que, se persistir a atual política econômica, “não haverá aumento de emprego nem com o crescimento da economia”.
Stédile fez críticas à política econômica, mas disse que não vai ficar entre duas opções extremas: “Nem o apoio ao Lula para a direita não vir, nem a crítica total com o argumento de que ele virou neoliberal”.
Com informações da Folha Online e Agência Estado