Sônia Livre! é o tema central do 8M em Florianópolis e em diversas cidades de Santa Catarina em 2025

Na capital catarinense, a programação do Dia Internacional de Luta das Mulheres (8 de março) inclui panfletaço e agitação cultural no sábado, no Largo da Alfândega, e uma grande marcha no dia 10, segunda, partindo da frente do Tribunal de Justiça de Santa Catarina
A Frente Feminista 8M leva às ruas neste 8 de março o tema: “Sônia Livre! Basta de racismo na justiça! Escravidão nunca mais!”. É pela libertação imediata de Sônia Maria de Jesus, mulher negra, surda, hoje com 51 anos, mantida em situação análoga à escravidão por mais de 40 anos pela família do Desembargador Jorge Luiz de Borba, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ/SC), que milhares de pessoas estarão nas ruas, tanto em Florianópolis quanto em outras cidades catarinenses, como Itajaí, Joinville e Jaraguá do Sul.
Programação em Florianópolis
A programação está dividida em dois dias: no sábado, dia 8, a partir das 10 da manhã, acontecem agitação com bateria feminista, produção de faixas  e oficinas nas regiões do Largo da Alfândega, calçadão do Ticen e ruas centrais da capital.
A grande MARCHA do 8M 2025 acontecerá na segunda-feira, 10 de março, com concentração marcada para às 16 horas, na Praça Tancredo Neves, em frente ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ/SC). A saída da marcha está prevista para às 18 horas.
Jornada de luta começou no carnaval
A jornada para o 8M já iniciou nos dias de carnaval, com distribuição de leques e adesivos nos blocos de rua. Além disso, o Bloco Sônia Livre! marcou a abertura do desfile das escolas de samba na Passarela Negro Quirido, na sexta-feira, 28 de fevereiro, levando uma grande faixa com o lema “Sônia Livre! Basta de racismo na justiça! Escravidão nunca mais!”.
Saiba mais sobre o caso Sônia:
Foi em 2023, depois de denúncia anônima, que o caso veio à tona: Sônia foi resgatada por auditores fiscais do trabalho em uma operação realizada na casa do desembargador do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) Jorge Luiz de Borba, em Florianópolis.
Sônia trabalhou durante 40 anos sem registro em carteira, sem salário nem férias, sem acesso à educação e à saúde, sem nenhum direito. Apesar das condições em que foi encontrada, dois meses depois o Superior Tribunal de Justiça (STJ) revogou a decisão de resgate, por entender que havia “insuficiência de provas”, e autorizou que Sônia fosse levada de volta à casa de seus algozes. Nos registros do combate moderno ao trabalho escravo, iniciado em 1995, é a primeira vez que ocorre um “desresgate”, termo que passou a ser usado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), responsável pelo caso.
Mobilização nacional e internacional
Movimentos e organizações de todo o Brasil e também do exterior estão atuando pela libertação de Sônia Maria de Jesus. No instagram, toda a história de Sônia, parcerias e apoios que estão na luta podem ser encontrados no endereço: @sonialivreoficial
Mais informações sobre os atos em Santa Catarina: Instagram @8mbrasilsc