“O Brasil possui historicamente uma visão de tratamento de doenças ao invés de prevenção”. Com esta frase, o presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Francisco Batista Júnior, criticou o sistema público de saúde que cada vez mais depende do setor privado. Segundo ele, isso gera uma conseqüente “visão capitalista” da medicina e do atendimento hospitalar.
Com a crítica feita nesta quarta-feira (13) Francisco afirma que o Estado não investe o suficiente em prevenção e passa a tarefa da cura – principalmente no que se refere à utilização de tratamentos de alta complexidade e medicamentos caros – para o setor privado, fato que faz o Sistema Único de Saúde (SUS) ficar cada vez mais mercantilizado.
“Nós não vemos ninguém no Brasil reclamar da falta de nutricionista na rede básica fazendo a prevenção de hipertensão e diabetes. Esse raciocínio vale para todas as demais categorias e ações profissionais. Hoje nós temos o SUS, principalmente no que diz respeito às ações mais imediatas que são as ações curativas, totalmente privatizado”.
O médico alerta também para a má qualidade e a mercantilização que marca a formação dos profissionais de saúde nos dias de hoje.
“O que se abriu de faculdade, principalmente privadas, na área de saúde desse país na década de 90 foi de uma irresponsabilidade na medida em que os cursos eram abertos sem nenhuma responsabilidade social, sem nenhuma necessidade social, mas única e exclusivamente para gerar lucros e fazer disputa de mercado”.
Fonte: Radioagência NP (Juliano Domingues)
