Começou a campanha de mídia do Sintrajusc contra a reforma da Previdência. Por enquanto, a campanha está em rádio até o dia 23 de fevereiro e em busdoor, com as peças em veiculação em 10 ônibus até o dia 18 de fevereiro. A partir do dia 5 até 18 de fevereiro, as peças também estarão em 10 outdoors na Grande Florianópolis.
Às vésperas da retomada dos trabalhos legislativos (dia 5/2), o governo Temer se empenha cada vez mais para tentar convencer a população de que trabalhar mais e ganhar menos é bom.
Foi ao ar neste domingo, 28, a participação de Michel Temer no programa Silvio Santos. Na "entrevista", Temer ressaltou "a importância das 'colegas de trabalho' sensibilizarem os deputados" para que eles votem a reforma da Previdência. "Colegas de trabalho" é a expressão que Silvio Santos costuma usar quando se refere à sua plateia.
Em troca de verbas publicitárias, o SBT e Silvio Santos abriram os braços para o discurso da reforma da Previdência de Michel Temer, que tenta convencer o brasileiro de que o sistema está prestes a quebrar.
Alinhado com o discurso de Temer, Silvio Santos disse: "Não aprovar a reforma da Previdência não é piada, não é bazófia, se não fizer a reforma não vamos ter dinheiro para pagar os aposentados".
Antes de se despedir, em uma metáfora adequada à venda do apoio de Silvio, Temer disse que faria com o "patrão" algo que ele costuma fazer com suas colegas de trabalho. Longe do microfone, o diálogo ficou abafado, parecendo se tratar de algum segredo. O que se viu foi Temer passando uma nota de R$ 50 para o apresentador.
Negociatas não param
O relator da PEC 287/16 (Reforma da Previdência), deputado Arthur Maia (PPS-BA), admitiu a negociação de um "pacote de mudanças" em troca do apoio de parlamentares ao texto. Tais alterações dizem respeito a beneficiar grupos específicos, como policiais, cujos interesses estão sendo defendidos pela bancada da bala.
"É melhor fazer concessões e garantir aprovação de regime previdenciário igual para todos do que não fazer essa mudança", defendeu o deputado, que acrescentou "A ideia que temos em relação ao projeto seria: acertando um pacote de mudanças que traga os votos necessários, seria apresentada pela base aliada uma emenda aglutinativa a ser absorvida ao parecer”.
Durante reunião, o governo apresentou, de acordo com o deputado, um mapeamento com 275 votos a favor do texto da forma como ele está e outros 55 a 60 deputados que são considerados indecisos. O governo teria ganho 25 votos desde a última avaliação. Apesar de dizer que o placar é positivo, Arthur Maia disse que seria "temerário" levar pra votação sem expectativa de conquistar 320 a 330 votos.
Como se pode observar, o clima é de insegurança no governo. O Sintrajusc, assim como outros sindicatos, está buscando convencer os parlamentares catarinenses a votarem contra a reforma. Nesta terça-feira, 30, a conversa foi com a deputada Carmen Zanotto (PPS).