A participação das centrais sindicais na solenidade de abertura foi iniciada por Fernando Saraiva, da diretoria estadual da Coordenação Nacional de Lutas [Conlutas]. O bancário declarou que 2010 será um ano difícil, no quais os trabalhadores não poderão esmorecer. Ele reforçou a necessidade de organização, não só de cada categoria, mas também do conjunto da classe, pois está em curso uma séria de medidas do governo federal que ameaça vários direitos dos trabalhadores. Saraiva provocou reação do público ao afirmar que o movimento dos trabalhadores não precisa se submeter a nenhum governo.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores [CUT], Artur Henrique Santos, saudou os representantes dos sindicatos anfitriões, das federações e das centrais sindicais nacionais e internacionais. Para o dirigente, esse congresso pode – e vai – ajudar a traçar ações e planos de luta para todos os servidores públicos, já que expressa reação contra a PLP 549/09, que propõe congelamento de salário dos servidores públicos.
A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil [CTB] seria representada por Marta Brandão, do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviço de Saúde do Estado do Ceará [SindSaúde]. A sindicalista, por razões pessoais, não pôde comparecer à mesa de abertura. Sua carta de saudação, na qual demonstrou orgulho por compor a mesa e desejou um bom congresso aos participantes do Congrejufe, foi lida pelo coordenador da Fenajufe Rogério Fagundes.
Prioridade a nível estadual
João Ramalho, diretor jurídico da Federação Nacional dos Servidores do Judiciário nos Estados [Fenajud], manifestou gratidão pelo convite feito pela organização do 7º Congrejufe. Durante sua intervenção na abertura, apontou a relevância das questões discutidas na programação. Ao defender a unidade dos servidores judiciários, reforçou que os governos só negociam quando os trabalhadores exercem o seu direito de greve.
De acordo com ele, as lutas pela jornada de seis horas e pelo Plano de Cargos e Salários, além do combate ao assédio moral no ambiente de trabalho, são reivindicações dos servidores das esferas estadual e federal. “Se deixarmos que a Justiça Federal seja penalizada, os Estados, que já são tão massacrados pelas atitudes de alguns governadores, sofrerão ainda mais”, antecipou.
Presença internacional
A mesa de abertura, além de composta por dirigentes de entidades locais e nacionais, demonstrou que a luta pelos direitos dos trabalhadores do Poder Judiciário não é bandeira só no Brasil. Raúl Vázquez, presidente da Associação de Funcionários Judiciários do Uruguai [AFJU], compôs a equipe e agradeceu, em nome da entidade, o convite para participar do evento. Vázquez salientou a importância das discussões propostas para a integração internacional no Cone Sul. “Uma integração assim contribui para uma sociedade com justiça social, sem divisões, soberana, solidária, autocrítica e participativa”, disse.
Segundo o presidente, a proximidade com os companheiros da Fenajufe e da Federação Judiciária Argentina [FJA], seguramente, colaborará para que todos, mesmo sendo de pátrias diferentes, possam trabalhar juntos pelos direitos das categorias.
Simone Faustino – Direto do 7° Congrejufe