Por Marcela Cornelli
Trabalhadores rurais, das cidades, mineiros, estudantes, aposentados, comerciários e desempregados intensificaram, esta semana, a luta pela nacionalização da indústria petroleira e do gás, na Bolívia. Uma série de marchas e manifestações ocuparam as principais ruas de La Paz, capital do País. Os sindicatos anaunciaram greve geral por tempo indeterminado, a partir desta segunda-feira, 29/9, contra as medidas neoliberais do presidente Gonzalo Sánchez de Lozada que, segundo as últimas pesquisas de opinião, está com apenas 9% de apoio popular. Apenas o Exército e a Embaixada dos Estados Unidos mantém apoio tático e estratégico, segundo seus críticos. No interior do País, militares e camponeses disputam o controle das estradas que dão acesso à Capital. O ambiente é muito tenso.
“Se Sánchez de Lozada não atende nossas reivindicações, deve ir embora”, adverte Jaime Solares, dirigente da Central Obrera Boliviana (COB). Os sindicalistas querem a anulação do projeto de exportação de gás para os EUA, através de um consórcio transnacional da Pacific LNG, formado pela Repsol-YPF, British Gas y Panamerican Gas (subsidiária da British Petroleum). Segundo a COB, apesar o ingresso de U$1,3 bilhão, a Bolívia ficará com apenas U$ 30 milhões. A diferença, explica o dirigente da COB, é devido a privatização da indústria petroleira, em 1997, através de um decreto “secreto” e “ilegal”.
Graças à privatização, as multinacionais se apoderaram de 52 trilhões cúbicos de gaz, a Segunda maior extração da Amércia do Sul. “O gaz é a última oportunidade que temos para sair do atraso”, diz o dirigente da COB.
Fonte: CUT Nacional