Por Marcela Cornelli
Centenas de dirigentes sindicais de todo o Chile marcharam ontem até o Congresso Nacional para entregar em nome do movimento trabalhista uma ampla lista de reivindicações. Em meio a fortes medidas de segurança, os manifestantes desfilaram em compacta coluna desde a Praça Vitória em Valparaíso, situada a cerca de 120 quilômetros ao sudoeste de Santiago, gritando palavras de ordem contra a política neoliberal do governo.
Liderados pelo presidente da Central Única de Trabalhadores (CUT) Arturo Martínez, um grupo de lideres de organizações sindicais e confederações se reuniram com os presidentes da Câmara e o Senado para fazer a entrega do documento. Eles advertiram ao deputado Pablo Lonrensini, da Democracia Cristiana (DC) e ao senador Hernán Larrain, sobre a opositora União Democrata Independente (UDI) que por não ter suas exigências atendidas está chamando uma paralisação nacional no próximo dia 29 de julho.
Entre as exigências básicas se encontravam um reajuste geral de salários e pensões, retirada do projeto governamental de flexibilização trabalhista, e o direito a negociações coletivas e greves. Os sindicalistas pedem também a eliminação das Licenças Médicas e do Fórum Maternal, norma que segundo eles prejudica fundamentalmente as trabalhadoras com crianças menores de um ano, assim como a aplicação do Convênio 150 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para o setor público.
No plano político, os sindicalistas pedem a democratização do sistema eleitoral e a aplicação de uma royalty ou da cobrança de 10% sobre as milionárias utilidades dos grandes consórcios estrangeiros que exploram e comercializam o cobre chileno.
O presidente do Partido Comunista (PC) do Chile, Guillermo Teillier, disse que o partido e o Poder Democrático Social (Podemos), aliança que agrupa organizações progressistas e de esquerda, estavam ali dando seu total apoio às exigências. “Consideramos que são reivindicações justas para frear a deterioração social provocada pelas políticas neoliberais de sucessivos governos”, afirmou Teillier durante a marcha.
Fonte: Portal Vermelho com informações da Prensa Latina