Um grupo de servidores públicos federais realizou na tarde desta terça-feira [22] protesto na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, denominado de ‘Grito dos Servidores’. Promovida pelo Sindsep/DF [Sindicato dos Servidores Públicos do Distrito Federal], a manifestação defendeu a manutenção dos acordos firmados em 2007 pelo governo federal para aumento salarial de diversas categorias.
‘Lula, a conta da CPMF não é dos servidores, cobre dos patrões!’, dizia uma das muitas faixas afixadas no Espaço do Servidor, ao lado do anexo do Ministério do Planejamento. O grupo também gritava palavras de ordem, criticando as ameaças de arrocho salarial que os servidores vêm recebendo devido ao fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira [CPMF].
‘Os patrões fizeram seu carnaval com a extinção da CPMF e mandaram a conta para o governo que, para saldar a fatura, ameaça cortar na veia dos serviços públicos’, destacaram os manifestantes. Eles também lembraram que, no dia seguinte à votação da CPMF, o próprio presidente da República defendeu a contratação de mais servidores e ainda declarou: ‘É preciso acabar com essa mania de que os funcionários públicos federais ganham bem. Na verdade, quase todos ganham mal’.
Acordos
“Os acordos assinados pelo governo têm que ser cumpridos, as negociações em curso têm que ser concluídas, novas negociações precisam ser iniciadas para que todos tenham recomposição salarial e plano de carreira”. Esse foi o mote da manifestação, que será repetido na reunião marcada para esta quarta-feira [23] entre os representantes dos servidores da base da Condsef [Confederação Nacional dos Servidores Federais] e o secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvainer Paiva Ferreira, que deve definir os rumos da luta salarial dos servidores.
De acordo com os dirigentes das entidades sindicais, os funcionários do Ministério da Cultura, do Hospital das Forças Armadas e do Banco Central firmaram acordos de reajuste com o governo antes do fim da CPMF. Depois do resultado da votação, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou que não haveria negociação salarial enquanto o Orçamento não for adequado às perdas. Outros três setores já haviam recebido proposta oficial do governo e aguardavam confirmação.
Todas as negociações giravam em torno de aumentos para repor a inflação em 2008 e nos dois anos seguintes. O Plano Geral de Cargos do Poder Executivo, que baliza os salários e benefícios na maioria dos setores do funcionalismo federal do Executivo, também estava em negociação e com o fim da CPMF ficou em suspenso.
Da Fenajufe, com Agência Diap e Portal Vermelho