Servidores públicos realizam ato hoje em solidariedade à greve da Anvisa

Por Marcela Cornelli

Servidores públicos de várias categorias realizam nesta quinta-feira 26, manifestação em solidariedade à greve dos trabalhadores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em Santos, na Baixada Santista. O protesto acontecerá em frente ao prédio do fórum da Justiça Federal na cidade, na Praça Barão do Rio Branco 30 – Centro.

A greve dos servidores da Anvisa teve início na terça-feira passada, dia 17. Os fiscais – que trabalham no controle das condições sanitárias de alimentos, medicamentos e pessoas que entram no país – reivindicam a inclusão de servidores na carreira do órgão, fim das terceirizações e melhores condições de trabalho. A pauta de reivindicações da categoria também inclui a reposição das perdas inflacionárias desde janeiro de 1998 que, conforme aprovado na plenária nacional dos servidores públicos realizada no último dia 15, totaliza 50,19%.

O governo federal vem jogando duro com os servidores da Anvisa, como faz com todo o funcionalismo público. “Desde o ano passado, quando eles realizaram uma greve de advertência para que fossem atendidas as reivindicações, não houve nenhuma negociação efetiva. O governo tenta quebrar a greve pelo cansaço e utilizando práticas divisionistas”, criticou o diretor da federação nacional (Fenajufe) e do Sintrajud Adilson Rodrigues, que acompanha a mobilização dos fiscais sanitários em Santos.

Chefia e governo assumem prática de risco em São Sebastião – Numa manobra para desmoralizar a greve, a chefe da Agência no porto de São Sebastião, Maria Helena de Figueiredo, determinou a emissão de certificados para as embarcações que estão paradas em Santos a partir de informações transmitidas por fax. A medida é temerária por expor o país aos da entrada de cargas ou pessoas expostas a contaminações diversas. Não está sendo observado, por exemplo, embarcações que vêm de área de risco em relação à febre amarela ou à gripe do frango, ao ser concedida a liberação via rádio.

“Isso é proibido pela norma dos portos, porque essas embarcações não sofrem nenhuma fiscalização, pois os navios necessitam de um documento da Anvisa que garanta que a carga não apresenta risco sanitário para a população. Para isso é necessária a fiscalização no local. Nem o judiciário permitiu que isso [a liberação sem inspeção prévia] fosse feito. Em todas as liminares deferidas hoje é exigida a fiscalização”, informou um servidor que prefere ter seu nome preservado por receio de retaliações.

O comando de greve, através do sindicato da categoria, entrou com medida judicial na Justiça Federal em São José dos Campos para suspender este procedimento. No porto de Santos trabalham apenas 33 servidores, número já bastante reduzido pela capacidade de circulação de cargas, no entanto, durante todos os dias do carnaval e desde o início da greve, foi garantido um plantão para atender às emergências.

Fonte: SINTRAJUD/SP