Em Assembleia realizada nesta quarta-feira, dia 4 – a maior desde a Greve de 2010 – os servidores do Judiciário Federal aprovaram paralisação de duas horas, das 16 às 18 horas, nesta quinta-feira, 5, último dia para o registro das candidaturas às eleições de 2012. Nesta quarta os servidores também fizeram paralisação de duas horas na frente do prédio do TRE-SC. Nesta quinta, a paralisação será na frente dos Cartórios Eleitorais da Capital, na rua Esteves Júnior. Nesta quarta paralisaram 35 Cartórios Eleitorais em todo o Estado, além de unidades da Justiça Federal e da Justiça do Trabalho na Capital, Chapecó (JT), Palhoça (JT), Imbituba (JT) e Laguna (JF).
O movimento nacional dos servidores está ganhando força em todo o país e já preocupa a cúpula do Judiciário Federal. A presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, recebeu os coordenadores da Fenajufe para falar do PL 6613/09, o projeto de lei que revisa o Plano de Cargos e Salários da categoria e está parado há dois anos na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.
No encontro, a ministra mostrou a preocupação com a possibilidade de os trabalhos na Justiça Eleitoral esta semana ficarem prejudicados devido ao movimento dos servidores. O encontro com os dirigentes sindicais aconteceu no mesmo dia em que Cármen Lúcia se reuniu com os presidentes dos tribunais regionais eleitorais de todos os estados.
Os coordenadores da Fenajufe, ao falar do calendário aprovado em vários estados, ressaltaram a insatisfação da categoria com a demora no fechamento de um acordo para votar o PCS, considerando que os trabalhos no Legislativo ficam comprometidos no segundo semestre por este ser um ano eleitoral. A Fenajufe informou à ministra que o próprio presidente do STF, ministro Ayres Britto, também já demonstra preocupação com o fato de até o momento as tratativas com o governo não terem tido avanços concretos. “A categoria está muito receosa com essa demora e, por isso, está indo à greve essa semana. O nosso objetivo maior não é comprometer o registro das candidaturas, mas sim garantir que as negociações de fato aconteçam e um acordo seja fechado em favor da revisão salarial. A greve também é para pressionar o governo e as lideranças partidárias. A nossa intenção sempre foi negociar à exaustão. Esperamos, portanto, um maior esforço nessa etapa, porque a categoria está muito angustiada”, ressaltou a federação, ao solicitar que a ministra e o presidente do STF procurem a presidente da República Dilma Rousseff.