Os servidores do Judiciário Federal e do MPU de Alagoas decidiram entrar em greve por tempo indeterminado a partir do dia 20 de agosto, próxima segunda-feira. A decisão foi tomada em assembleia geral, realizada na manhã da última sexta-feira (10), em frente ao prédio das Varas do Trabalho (Fórum Quintella Cavalcanti).
O coordenador Jurídico do Sindjus-AL, Paulo Falcão, disse que a greve é pela retomada da data-base. Ele destacou que os reajustes conquistados sejam transferidos aos aposentados, explicando que é bandeira de luta a integralidade e a paridade. Falcão informou que as entidades dos servidores públicos ajuizaram Ação Direta de Inconstitucionalidade contra o Decreto 7.777/2012, que permite aos trabalhadores estaduais, municipais e terceirizados exercerem as funções que são prerrogativas dos servidores públicos federais.
O sindicalista comunicou o calendário nacional de mobilização, que terá realização da Marcha, da reunião ampliada da Fenajufe e da Plenária Nacional dos Servidores Públicos Federais, no período de 15 a 17 de agosto. Ele também ressaltou que as entidades dos servidores também estão fazendo denúncia à Organização Internacional do Trabalho sobre a intransigência do governo Dilma Rousseff que nega a revisão salarial, publica o Decreto 7.777/2012 e corta salários dos grevistas.
Buscando conscientizar a categoria, o coordenador Administrativo do Sindjus-AL, Alex Sandro Cardoso, declarou que muitos servidores fazem de conta que nada está acontecendo. “Eles não entendem que estamos em uma batalha. Façam o comparativo do salário com outras categorias análogas do Judiciário e verão a disparidade salarial”.
Para a integrante do movimento Mulheres em Luta, Laís Goes, o governo tem dinheiro para os empresários, mas não para os trabalhadores. Ela destacou que ainda dá tempo para os trabalhadores frearem os ataques do governo Dilma, participando das mobilizações dos servidores.
Da mesma forma afirmou a integrante da Assembleia Nacional dos Estudantes Livre (Anel), Gabriela Costa, ao destacar que a presidente é de um partido da classe trabalhadora, mas que não negocia com os trabalhadores, apenas beneficia os empresários e precariza os serviços públicos.
A servidora da Justiça estadual Luciene Terto destacou que se sentiu feliz com a deflagração da greve tendo em vista o atual momento de luta da classe trabalhadora contra o congelamento de salário.
Na assembleia, os servidores discutiram a possibilidade de realização de uma atividade em conjunto com os servidores públicos federais durante a visita da presidente Dilma Rousseff a Maceió, no dia 17.
Em todo o país, os trabalhadores do Judiciário partem para o movimento grevista nacional juntamente com outros servidores do serviço público federal. A categoria pressiona os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário pelo fechamento de um acordo que garanta os recursos para aprovação dos Projetos de Leis 6.613/2009 e 6.697/2009, que revisam os Planos de Cargos e Salários (PCSs) que se encontram parados na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara Federal há mais de dois anos.