O Comando de Greve dos servidores do Incra divulgou nota com algumas explicações sobre os motivos da paralisação, iniciada em 21 de maio. Confira abaixo:
“Apesar das intenções dos últimos governos em realizar a reforma agrária, a estrutura fundiária brasileira continua bastante concentrada, enquanto 2,84% dos imóveis rurais concentram 60,15% das terras declaradas, outros 61,23% de minifúndios detém 6,83% do total.
Em 1985, o Incra tinha um quadro de pessoal constituído por 12 mil servidores que atendiam de forma satisfatória a um público em torno de 130 mil famílias assentadas.
Atualmente, em torno de 6 mil servidores prestam atendimento a um total de 838 mil famílias assentadas em 87 milhões de hectares. O Incra-SC já criou cerca de 136 assentamentos, contemplando 5.410 famílias,numa área total de 91.415 ha, ou seja, aproximadamente 115 mil campos de futebol.
O salário do Incra é em média menos da metade do que é pago a quase todos os outros servidores do Executivo Federal. O vencimento básico dos servidores do Incra é inferior a um salário mínimo, sendo o restante complementado por gratificações que chegam a compor mais de 80% do salário.
Face ao ingresso mínimo de novos servidores no Incra ao longo dos últimos vinte anos, um quantitativo acima de 70% da força de trabalho tem idade superior a 50 anos. Estima-se que 1,6 mil servidores, correspondentes a 30% da força de trabalho disponível, reúnem as condições necessárias à aposentadoria, sendo que dos 70% restantes, um quantitativo expressivo está próximo de alcançar as condições necessárias para tanto.
A recomposição do quadro funcional do Incra é insuficiente. Em razão da situação do órgão, o índice de desistências dos aprovados no último concurso
(2005) foi de 30%. Cerca de 10% dos que entraram em exercício já passaram em outros concursos e foram para outros órgãos.
Comando de Greve do Incra/SC”