A forte greve dos servidores federais que marcou 2005 será retomada a partir desta quarta-feira (15), por tempo indeterminado, afirma a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público (Condsef). A paralisação das atividades foi confirmada neste sábado (11) em Plenária Extraordinária Condsef depois que o governo informou que não assumiria os compromissos firmados com a categoria. Com a força da mobilização de seus servidores a Confederação conseguiu motivar o Congresso Nacional a elevar o orçamento de 2006 de R$1,5bi para R$5,1bi. Mesmo com a conquista o Ministério do Planejamento reservou apenas R$700 milhões deste valor a quase 300 mil trabalhadores do Plano de Classificação de Cargos (PCC). Outros setores representados pela confederação também não tiveram seus acordos cumpridos e devem reforçar a greve de mais de 70% de todo o Executivo Federal.
Além de todos os servidores do PCC, fazem parte da lista dos descontentes: Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Ibama, Incra, Ciência e Tecnologia, Agências Reguladoras, Ex-territórios, civis de Órgãos Militares, além dos setores específicos do PCC, Fazenda, Agricultura, Fundação Nacional do Índio (Funai), administrativos do Ministério da Educação e do próprio Planejamento. Todos devem cruzar os braços.
Na quarta-feira diversos Ministérios devem começar a enfrentar problemas com os serviços administrativos. Os servidores rebelados mantêm a máquina pública funcionando. Na Fazenda, por exemplo, deve ser afetado o trabalho em portos e aeroportos.
No caso da Agricultura, toda a população pode ser prejudicada a médio prazo. “Com a paralisação todos os serviços de suporte à inspeção de alimentos ficam comprometidos”, avalia o diretor da Condsef responsável pelas negociações da Agricultura, Ismael César. Na avaliação do setor, em cerca de duas semanas de greve, serão afetadas a importação e exportação de alimentos e o governo passa a contabilizar prejuízos na Balança Comercial.
Outros setores devem aderir em peso ao movimento que terá início na quarta. “Nossa expectativa é armar a maior greve de servidores que o Brasil já acompanhou até que os compromissos firmados sejam cumpridos”, afirmou Josemilton Costa, secretário-geral da Confederação. “Não estamos dispostos a levar mais este desaforo para casa. Chega de desrespeito com nosso trabalho”, avisou.
Fonte: Condsef