Servidor da JT de Jaraguá do Sul avalia governo Temer em rádio e jornal local

O colega Rubens Menezes Rau, que é servidor público da Justiça do Trabalho em Jaraguá do Sul, foi entrevistado na rádio local, Studio FM 99.1, no programa Studio Atualidades, de Sergio Peron. O link está abaixo. A entrevista começa às 18´45. Rubens também concedeu entrevista ao jornal local, O Correio do Povo, para a reportagem “Governo Temer completa um ano dividindo a opinião da sociedade”. Nas duas, destacou as iniciativas de desmonte da Previdência e da legislação trabalhista e a aprovação do projeto que congelou os gastos públicos por 20 anos.

Entrevista na rádio: https://www.4shared.com/mp3/QG-VzW8_ca/SA160517.html

Leia abaixo o trecho no qual ele desenvolve os temas na entrevista ao jornal:

Para representante do Sintrajusc, governo Temer só retirou direitos

“Como parte dessas promessas (de Temer), ele falou em não retirar direitos, e a única coisa que fez até hoje foi retirá-los”, avalia o representante do Sindicato dos Trabalhadores no Poder Judiciário Federal no Estado de Santa Catarina (Sintrajusc) e servidor público da Justiça do Trabalho, Rubens Menezes Rau. Uma das primeiras medidas do governo, lembra Rau, foi a aprovação da PEC que congela os gastos com Saúde e Educação.

“Uma falsa tentativa de equilíbrio de contas públicas congelou gastos, basicamente, com o quê? Com saúde e educação. Qual a real destinação desses valores hoje?”, questiona o servidor. A resposta, continua Rau, é que, sem acesso à saúde e educação em qualidade e quantidade necessária, o trabalhador recorre ao serviços privados. Desta forma, os recursos seriam destinados às empresas.

“Para onde deveria voltar nosso imposto, não era justamente para nossos direitos mais elementares, saúde e educação? Eles não voltam para lá”, reforça o sindicalista. Nesse sentido, a reforma da previdência acabaria tendo os mesmos efeitos, com a população buscando as previdências privadas ainda que contribuam por mais tempo.

Um destes efeitos, aponta, seria o próprio aumento do déficit previdenciário alegado pelo governo, em razão do aumento no número de auxílio doença, pensão por morte, aposentadoria por invalidez, por exemplo, em decorrência do aumento na idade mínima para a aposentadoria. Além disso, o aumento no tempo de contribuição faz com que o trabalhador permaneça mais tempo na vaga, resultando em menos oferta de postos de trabalho aos que iniciam no mercado, acredita Rau.

Com base em dados da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip), Rau informa que 20% dos recursos que compõem a Seguridade Social são desvinculados pelo governo para pagamento dos juros da dívida pública – que aumentou entre o fim de 2014 e o mesmo período de 2016, de 56% para 70% – e que a proposta é de aumentar o percentual de desvinculação para 30%.

“Esse aumento, de 20% para 30% que vai ser sacado do bolo (da Seguridade Social) significa R$ 110 bilhões”, destaca o servidor. Já o déficit da Previdência apontado pelo governo, continua Rau, é de R$ 85 bilhões. “Então não está faltando, está sobrando, o problema é que não está sendo usado para o que devia, vai para pagar dívida em vez de ser usado para pagar benefício”, pontua.

Para o sindicalista, o governo não está atuando da forma como deveria, ao cobrar das outras fontes de arrecadação de receita o que é devido. Ele cita, por exemplo, a sonegação fiscal – estimada hoje em R$ 500 bilhões – e as renúncias fiscais para “suposta filantropia” e as empresas que não têm gerado a quantidade de empregos que justificaria a concessão de benefício fiscal. “E quando se fala em reforma da previdência o único afetado é o trabalhador”, declara.

Os temas das reformas constitucionais, para o servidor, são os mais gritantes do governo Temer, e todas seriam para a retirada de direitos e nenhuma para o acréscimo. “O governo Temer diminuiu dinheiro para educação e para saúde para os próximos 20 anos, piorou a previdência social para ele e para as próximas gerações. A sociedade vai perceber que isso é ruim e nas próximas legislações, durante uma década, duas décadas, vamos só lutar para voltar onde estávamos antes do Temer”, finaliza.

A reportagem completa está em:

http://ocponline.com.br/politica/governo-temer-completa-um-ano-e-divide-a-opiniao-de-especialistas