Rodrigo Maia marca votação da reforma da Previdência para 19 de fevereiro

 

A discussão sobre a reforma da Previdência na Câmara dos Deputados foi remarcada para 5 de fevereiro, anunciou nesta quinta-feira (14/12) o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A votação será em 19 de fevereiro, primeira segunda-feira depois do carnaval. Nessa data, o governo espera contar com o apoio de 320 a 330 deputados.

O anúncio das novas datas foi feito um dia depois do líder do governo no Senado Federal, Romero Jucá (PMDB-RR), ter adiantado que a reforma não seria votada este ano, mas em fevereiro de 2018, tendo irritado o Planalto com a declaração antecipada.

Mesmo com a data remarcada, as centrais sindicais se mantêm alertas e pressionando os deputados e deputadas para impedir a aprovação da proposta, com a frase de ordem “se botar para votar, o Brasil vai parar!”.

O Fórum Nacional das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos, entre elas a Fenajufe, também está adotando medidas contra os ataques desferidos pela Rede Globo aos servidores públicos, em matérias sobre o relatório do Banco Mundial que colocam sobre os servidores a responsabilidade pelo suposto déficit da Previdência. 

Luta unificada

Para aprovar esse ataque à aposentadoria e ao futuro de gerações, nos últimos dias, Temer buscou como nunca comprar parlamentares, oferecendo emendas, cargos e muito dinheiro.

Por sua vez, ao longo do ano, os trabalhadores foram se conscientizando de que a reforma não era em seu benefício e que significaria o fim da possibilidade de aposentadoria para muitos brasileiros. Mesmo as propagandas mentirosas do governo, primeiro alegando que a Previdência estaria “quebrada” e, em um segundo momento, que a reforma retiraria “privilégios” dos servidores públicos, não foram suficientes para que a população concordasse com esse sacrifício dos trabalhadores.

As greves gerais, as mobilizações dos trabalhadores e o medo dos deputados de não conseguirem se reeleger em 2018 pesaram mais do que os milhões liberados pelo governo na tentativa de comprar os 308 votos para aprovar a reforma. Os trabalhadores do Judiciário Federal fizeram a sua parte: participaram de todas as mobilizações, tanto das específicas convocadas pelos Sindicatos como daquelas organizadas com as demais entidades.

Desde o início do ano, sem descanso, o Sintrajusc e os demais sindicatos da base da Fenajufe participaram das greves e promoveram atos, caminhadas e paralisações, participando também do Fórum Catarinense em Defesa dos Direitos. Reuniões com deputados em Brasília, visitas a gabinetes, pressão no aeroporto, nas redes sociais, campanha de outdoors, tudo foi feito para barrar a aprovação do projeto. Além disso, tivemos que fazer a disputa de opinião pública e o enfrentamento às mentiras propagadas pela mídia comercial atacando o funcionalismo com dados manipulados. A mais recente atividade foi a Greve do dia 5 de dezembro, quando os servidores do Judiciário Federal fizeram Ato Conjunto no centro de Florianópolis.

A mobilização mostrou que a força dos trabalhadores lutando em unidade vence as barreiras mais difíceis. Vencemos uma batalha importante, mas a guerra ainda está em andamento. Temer e seus aliados tentarão aprovar a reforma no início de 2018, e estaremos prontos para seguir a mobilização e impedir que roubem nossa aposentadoria.

Com informações do Correio Braziliense e do Sintrajufe e edição do Sintrajusc