Reunião ampliada aposta na mobilização total pra aprovar PCS

Amanhã é dia do apagão nacional
Pare por um dia e vamos saborear juntos o gosto da vitória
 
Os 135 delegados da reunião ampliada da Fenajufe realizada ontem em Brasília aprovaram a proposta de Santa Catarina de realizar um apagão nacional do judiciário amanhã, terça-feira. Na capital federal, os grevistas vão fazer um grande ato em frente ao Ministério do Planejamento e no país inteiro todos os servidores, em especial aqueles que não estão em greve estão sendo chamados a dar um dia de contribuição para a greve que na próxima semana completará um mês. Nesta terça vamos concentrar todos nossos esforços para mostrar aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário que a aprovação do PCS agora, antes do recesso parlamentar é a vontade dos servidores do Judiciário Federal em todo o país.
Quando defendemos nossos salários, estamos defendendo a qualidade dos serviços prestados pelo Judiciário à população. Qualidade que está ligada diretamente à alta qualificação dos nossos quadros garantida por remuneração condizente.
A maioria dos servidores que não estão na greve, torce para que ela seja vitoriosa. A aprovação de mais este PCS vai garantir a manutenção do nosso poder aquisitivo por mais algum tempo. Mais que isso, ao jogar o reajuste sobre os salários mantendo as FCs e CJs congeladas corrige-se parte da distorção hoje existente com FCs e CJs altas e salários baixos. Além disso, o PCS vai reduzir os efeitos do arcaico critério de confiança na ocupação de cargos e funções públicas que remonta aos tempos da monarquia. Só por isso já não vale esta luta? Não? Então tem mais no verso.
Crise mundial respinga nos servidores
 
Além o que foi dito, tem outras coisas graves que impõem a urgência de aprovarmos já o PCS. Estamos diante de uma crise financeira mundial que se agrava a cada dia e que, de uma forma ou de outra afeta o Brasil. Na Europa e em grande parte do mundo, com a qual o Brasil tem negócios, os trabalhadores estão sendo chamados a pagar a conta da roubalheira proporcionada pelo chamado mercado financeiro. A volta das velhas receitas neoliberais de reduzir gastos públicos, salários, direitos e até aposentadorias dos trabalhadores já é uma realidade na zona do Euro e se espalha pelo mundo.
Ao mesmo tempo, todo dia temos notícias da forte reação desses trabalhadores nos mais diversos países com greves e violentas manifestações colocando em cheque os governos irresponsáveis cuja omissão, permitiu toda sorte de falcatruas e a maior crise do capitalismo dos últimos oitenta anos.
Três fatos concretos
 
No Brasil, que pode ser atingido por reflexos do problema, já volta com força o discurso da redução de gastos públicos (leia-se salários de servidores). Respondendo à crise, o governo ameaça vetar o fim do fator previdenciário que também é problema da nossa categoria pois é aplicado de forma perversa às aposentadorias por invalidez no setor público, reduzindo drasticamente a remuneração dos que mais precisam pois estão doentes. Sem falar na proposta de congelamento de salários dos servidores que pode ser aprovada a qualquer momento no Plenário da Câmara bastando um regime de urgência.
Tudo isso demonstra a importância da aprovação imediata deste PCS, antes que seja tarde e que os efeitos da crise mundial levem as elites a cobrar dos trabalhadores a conta pelos seus desmandos. Temos um mês para fechar um acordo e aprovar os projetos que estão no congresso. Não há mais tempo para enrolação por parte do governo nem do Judiciário e só a greve é capaz de acelerar as negociações, tanto no STF quanto no Ministério do Planejamento que será alvo amanhã de grande manifestação dos grevistas de Brasília.
Vamos fazer nossa parte nos estados e realizar grandes manifestações em todo o país. Por isso, a participação dos que ainda não entraram na greve é importante amanhã, ainda que por um dia. Precisamos dizer aos poderes capazes de atender nossa reivindicação, que ela é endossada por todos. Dê sua contribuição, pare por um dia e vamos saborear juntos o gosto da vitória.