Ouvindo lideranças sindicais, parlamentares e o próprio ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, durante as comemorações do 1 de Maio, o jornal Folha de S. Paulo apurou que há muito pessimismo com relação à aprovação da proposta de reforma sindical este ano. A forte resistência do empresariado e de parte da base governista, em um momento de fragilidade do Planalto no Legislativo, é o motivo, segundo a publicação. “A gente devia botar a reforma sindical na gaveta, discutir melhor, esperar passar um pouco essa turbulência que estamos vendo e só posteriormente recuperar o debate da reforma sindical”, afirmou o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), ex-presidente da Câmara e ex-sindicalista, no palanque armado pela CUT na Avenida Paulista, em São Paulo. O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), adotou a mesma linha de raciocínio.
“Se do ponto de vista da agenda mais geral do país, a reforma sindical trouxer muitos problemas para a base aliada, eu também vou procurar ter a maior cautela. Se em dado momento a gente concluir que é mais prudente botar freio, o faremos”, disse. Chinaglia e João Paulo citaram a reforma tributária e o marco legal das agências reguladoras, ambos temas de interesse do empresariado, como temas que devem ser priorizados pelo Legislativo.
As dificuldades foram reconhecidas até mesmo pelo ministro do Trabalho e ex-sindicalista Ricardo Berzoini, que encaminhou a proposta do governo à Câmara. “O Congresso está sob paralisia. É necessário desobstruir a pauta, com os partidos negociando uma agenda comum, para que possamos votar uma série de questões importantes”, afirmou. “Se o Congresso continuar neste ritmo, não será só a reforma sindical que não será aprovada”, completou o presidente da CUT, Luiz Marinho.
Com informações da Folha de S. Paulo