O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, recebeu no início da tarde desta quinta-feira (8) a proposta da reforma da Previdência, entregue a ele pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. No Senado, o projeto também precisa ser aprovado em dois turnos no Plenário, por no mínimo 54 votos, depois de passar pela CCJ. O texto é igual ao aprovado em primeiro turno no dia 13 de julho.
O governo perdeu nove votos na Câmara entre o primeiro e o segundo turno de votação. O resultado, apesar da evidente derrota que a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional 6/2019 na Casa em dois turnos representa, mostra a importância de se organizar efetivamente a mobilização para agora pressionar os senadores.
O Plenário da Câmara concluiu a votação em segundo turno nesta quarta-feira (7) e todos os destaques apresentados foram rejeitados. Foram 370 votos pelo fim das aposentadorias. Na tramitação “relâmpago” no segundo turno, a ratificação do texto que saiu do primeiro turno, com 379 votos, antes do recesso, foi iniciada e concluída no mesmo dia, em menos de 24 horas, apesar da obstrução da oposição. Entre os parlamentares catarinenses, não houve mudança de voto em relação ao primeiro turno. Apenas o deputado Pedro Uczai (PT) foi contrário ao projeto. O coordenador Paulo Koinski esteve em Brasília na força-tarefa da Fenajufe e, nesta terça-feira, a coordenadora Lusmarina Silva participou da panfletagem no Terminal Central de Florianópolis.
As denúncias são de que cada deputado da base que votou com o governo terá a liberação de R$ 40 milhões em emendas parlamentares, enquanto lideranças seriam atendidas com R$ 80 milhões. O governo federal pediu crédito extra de R$ 3 bilhões para o pagamento das emendas parlamentares. O pedido foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União dessa terça (6), horas antes da votação.
No Senado, a proposta deve levar pelo menos dois meses para tramitar. É o tempo que têm, para reverter a derrota, os movimentos e trabalhadores que não querem perder de vista o sonho da aposentadoria por conta de uma reforma que retira da Constituição Federal quase todos os direitos previdenciários.
Com informações do Sintrajud e da Fenajufe e edição do Sintrajusc
Foto: Agência Câmara