Rede Social denuncia violações de direitos humanos no campo

Por Imprensa

A Rede Social de Justiça e Direitos Humanos denuncia em seu relatório anual sérias violações dos direitos humanos no campo. Conforme o texto, apresentado ontem em uma entrevista coletiva em São Paulo, o ritmo dos assentamentos não é satisfatório, a posse da terra está cada vez mais concentrada na mão dos grandes latifundiários, que a usam sem compromisso com o meio ambiente.

O texto cita o fato de o governo ter rejeitado a proposta de desapropriar 36 milhões de hectares, a um custo de R$ 24 bilhões, a fim de distribuir terra para 1 milhão de famílias. O Planalto alegou falta de verbas e diminuiu a meta para 400 mil famílias. Em setembro de 2004, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra realizou um levantamento demonstrando que apenas 5.440 famílias de seus acampamentos tinham sido assentadas desde o início do governo Lula.

O relatório também aponta a precária situação das populações atingidas por barragens. De acordo com dados da Comissão Mundial de Barragens (World Commission On Dams- WCD/2000), 1 milhão de pessoas foram expulsas de suas terras devido à construção de barragens no Brasil. Dados do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) mostram que a cada 100 famílias deslocadas, 70 não receberam nenhum tipo de indenização.

Trabalho escravo

A pesquisa da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos mostra ainda que o Brasil ainda tem muito que lutar para acabar com o trabalho escravo. Entre os fatos mais graves apontados no texto está o envolvimento de pessoas que exercem cargos políticos com a atividade, como Jorge e Leonardo Picciani, pai e filho deputados, respectivamente estadual e federal pelo Rio de Janeiro, o deputado pernambucano Inocêncio de Oliveira, o prefeito João Braz da Silva, de Unaí, Minas Gerais, e Francisco Donato de Araújo Filho, secretário de Estado do Governo do Piauí.

No ranking de atividades nas quais são utilizadas mão-de-obra escrava, a pecuária conta por 50% das ocorrências de escravidão, o desflorestamento e a carvoagem por 25%, o agronegócio por outros 25%.

Fonte: Portal Vermelho, com informações do Terra