A reação da categoria obrigou o governo a recuar e derrubou a tentativa, qualificada de golpe pelos servidores, de levar o projeto a mais uma comissão, como chegou a ser articulado pelo líder do governo com o STF.
A superação de mais essa batalha na luta pela recomposição salarial ocorre três dias após os servidores aprovarem, na reunião ampliada da federação nacional, um calendário de mobilizações que prevê paralisações e culmina com um indicativo de greve para junho. A sessão foi acompanhada ainda por milhares de servidores em todo país.
A pressão deu resultados. Após a reação da categoria, o líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), recuou da tentativa de levar o PLC 28 para a Comissão de Assuntos Econômicos, onde o governo teria maior controle sobre sua tramitação.
A votação na CCJ ocorreu após mais de duas horas e meia de uma sabatina que antecedeu o início da parte deliberativa da reunião. Os servidores se mantiveram ali, como fazem há meses nesta luta no Congresso Nacional, até que a proposta fosse votada.
Imediatamente após a votação, a comissão aprovou pedido de urgência para a matéria no plenário do Senado. Não há ainda garantias de que a proposta será aprovada e quando. O governo de Dilma Rousseff (PT) segue se opondo ao projeto como ele está e tenta adaptá-lo ao ajuste fiscal em curso, que prevê cortes de recursos orçamentários e retirada de direitos trabalhistas e previdenciários.
Por conta disso, logo após a votação e a comemoração por mais essa etapa superada, servidores reafirmaram a decisão de trabalhar o calendário de mobilizações nos estados para defender o projeto e derrubar a tentativa do governo de ainda barrá-lo – seja com rebaixamento da proposta no Senado ou com posterior veto –, como fez nos últimos cinco anos.
Fonte: Sintrajud e Sintrajufe (foto)