Por Imprensa
Representantes de organizações não-governamentais, sem-terra, artistas, parlamentares e intelectuais se reuniram na Cinelândia, no centro da cidade, nesta sexta-feira (18/2), para protestar contra a morte da missionária norte-americana, naturalizada brasileira, Dorothy Stang. Ela foi assassinada a tiros no último sábado no Pará. Vestidos de branco e com uma faixa preta que simbolizava o luto pela morte da freira e de lavradores, os manifestantes pediram o fim da violência no campo.
Os manifestantes fizeram uma caminhada até a Praça Mahatma Ghandi, próxima à Cinelândia, onde foi realizado um ato ecumênico. Na nota distribuída pelos organizadores, eles reivindicaram ainda a punição dos responsáveis pelos assassinatos, a transferência das investigações para a Justiça federal, a retomada das terras públicas invadidas ilegalmente por grileiros, a intervenção federal no estado do Pará e a inclusão imediata na pauta de votação do Congresso da proposta de emenda constitucional que pune o trabalho escravo.
O presidente do Movimento Humanos Direitos, o ator Marcos Winter, que promoveu o protesto, defendeu uma ação mais rigorosa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na busca de soluções que acabem com os conflitos agrários. Para o presidente do movimento, falta vontade política do governo. “Esse tipo de ação não pode continuar em detrimento do fisiologismo que continua. A gente vê o governo se aliando com tanta gente por tantas razões, então que seja por uma razão séria”, ressaltou Marcos Winter.
O ator Osmar Prado, que também participou do protesto, atribuiu a explosão de violência à falta da reforma agrária. “Tem que resolver a questão fundiária, tem de fazer a redistribuição de terra, assentar as pessoas, dar condições técnicas para que elas continuem no campo e não especulem sobre a própria terra”, defendeu.
De acordo com dados da Comissão Pastoral da Terra, nos últimos 20 anos mais de 500 pessoas foram vítimas da violência de madeireiros e latifundiários no estado do Pará.
Fonte: Agência Brasil