Por Marcela Cornelli
Mais de um milhão de pessoas deverão participar amanhã em Roma de uma manifestação nacional convocada para protestar contra o sistema de aposentadoria proposto pelo primeiro-ministro direitista italiano Silvio Berlusconi. O ato foi convocado pelas três maiores centrais sindicais da Itália. A manifestação vai ressaltar o tenso clima político e social no país, num momento em que o premiê está sendo criticado por ter estimulado a aprovação de uma lei que favorece seu império de comunicação. A iniciativa dos trabalhadores foi decidida depois da greve geral de quatro horas de 24 de outubro, organizada para protestar contra as reformas propostas pelo governo, entre elas a do sistema de aposentadorias, que impõe um mínimo de 40 anos de contribuição.
As três centrais (CGIL, CISL e UIL) agrupam mais de 11 milhões de trabalhadores. “A terapia proposta pelo governo para resolver os problemas do sistema de aposentadoria é inaceitável”, afirmou Luigi Angeletti, líder da UIL. A Itália conta com mais de sete milhões de aposentados, numa população de 57 milhões. A primeira reforma do sistema foi feita em 1995 pelo governo de Lamberto Dini. O primeiro governo de Berlusconi, em 1994, não conseguiu impor essa reforma, já que foi rechaçada com uma manifestação histórica dos trabalhadores, que mobilizou em Roma mais de um milhão de pessoas.
Fonte: Portal Vermelho