Projeto que será votado na CTASP impede direito de greve dos servidores

Durante reunião da bancada sindical, realizada na tarde desta terça-feira [06], na sede do Sinait [Sindicato Nacional dos Auditores do Trabalho], em Brasília, os dirigentes sindicais foram surpreendidos com a informação, repassada por telefone pelo diretor da CUT nacional Carlos Henrique, de que teria sido fechado um acordo na Comissão de Trabalho para votar o parecer do deputado Marquezelli, apenas com algumas alterações sugeridas pelo deputado Tarcísio Zimermann [PT/RS], que havia apresentado substitutivo ao projeto tentando garantir alguns avanços.

Segundo informações do representante da CUT, Zimermann tentou negociar até o final para incluir alterações ao projeto, mas a Comissão de Trabalho decidiu votar o parecer do relator Nelson Marquezelli, que ataca o direito dos servidores se organizarem em movimento grevista. No parecer, se destacam entre os itens mais graves: imposição de multa diária de 30 mil reais para o sindicato cuja categoria estiver em greve, contratação temporária de funcionários para trabalhar durante a greve, direito das associações negociarem no lugar dos sindicatos, competência da Administração Pública de definir o que seriam as necessidades inadiáveis de interesses públicos e estabelecer os percentuais de servidores que poderão fazer a greve, além de vedar o pagamento da remuneração do servidor durante sua participação no movimento grevista.

“Diante da informação repassada hoje à bancada sindical, estamos, indignados, fazendo neste momento articulações com os deputados com o objetivo de impedir a votação desse projeto, que é um verdadeiro retrocesso ao direito de greve do servidor público”, afirmou Rogério Fagundes.

De acordo com o coordenador da Fenajufe, as entidades nacionais que participaram da reunião da bancada sindical decidiram orientar suas bases a comparecerem na manhã desta quarta-feira [07], a partir das 9h30, na sessão da Comissão de Trabalho que deverá votar o projeto sobre o direito de greve. O objetivo das entidades é pressionar os deputados e tentar impedir a aprovação do projeto.