A Folha de S. Paulo divulgou entrevista com o presidente nacional do PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), Roberto Jefferson, que defendeu o fim da Justiça do Trabalho, classificando-a de "excrescência brasileira" e "babá de luxo".
A reação deve-se às decisões recentes que barraram a posse de sua filha, a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ), como ministra do Trabalho. Ele disse que manterá a indicação "até o final" e que a parlamentar tem pago um preço alto por ser sua filha.
Jefferson disse que a Justiça do Trabalho é “socialista e populista”: “Não consigo entender o custo benefício dela. Temos 2% da mão de obra regular, reconhecida com carteira assinada, e 85% das reclamações trabalhistas do mundo. O que mostra que é uma indústria do reclamante, porque o reclamado sempre perde. A Justiça do Trabalho custou no ano passado R$ 22 bilhões para dar de soluções entre indenizações e acordos menos de R$ 8 bilhões. Ela é a babá mais cara do mundo. Você não tem defesa na Justiça do Trabalho. Nós tínhamos que acabar com a Justiça do Trabalho, porque ela é uma excrescência brasileira, e julgar na Justiça comum."
Jefferson não é o primeiro político a atacar publicamente a Justiça do Trabalho. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, fez o mesmo ano passado. Ele afirmou que a Justiça do Trabalho "não deveria nem existir", por "irresponsabilidade" em suas decisões.
O próprio presidente do TST e do Conselho Superior da JT (CSJT), Ives Gandra Martins Filho, disse que a reforma trabalhista, então em discussão no Congresso, deveria reduzir o que ele considera “parcialidade, paternalismo e intervencionismo” da Justiça trabalhista. Ele inclusive solicitou, em 2016, a retirada de projetos da pauta da Câmara que criavam varas do trabalho, cargos e funções e previam a contratação de servidores.
Indicamos AQUI a leitura do artigo do juiz Jorge Luiz Souto Maior sobre o tema, intitulada “Armas psicológicas ameaçam a Justiça do Trabalho".