Há algum tempo já, as frases que afirmam a prioridade da educação como condição para o desenvolvimento pleno de uma sociedade, passaram a figurar mais na fileira dos clichês do que na galeria de políticas públicas realmente comprometidas com o tema. O crescente processo de privatização da esfera pública, acelerado nas últimas décadas, vem empurrando as soluções para a questão do financiamento da educação cada vez mais para o lado do mercado. Uma das expressões concretas desse movimento é a proposta de inclusão da educação na agenda de negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC), na categoria de serviços que deveriam ser regulados pelas “leis” do mercado.
Capital do Fórum Social Mundial, a cidade de Porto Alegre foi escolhida para sediar dois eventos – o Congresso Mundial de Educação e o Fórum Mundial de Educação – que pretendem apresentar alternativas na contra-mão desse movimento, defendendo a manutenção da educação como um serviço público e rejeitando sua transformação em mercadoria.
O debate iniciou na última quinta-feira (22), com a abertura do 4° Congresso Mundial de Educação, promovido pela Internacional da Educação e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). Até hoje, dia 26, cerca de 1,4 mil delegados, vindos de 150 países, debaterão, no Centro de Exposições da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), o tema “A educação para o progresso global”. Nessa semana, entre os dias 28 a 31, será a vez do Fórum Mundial de Educação, que tem uma agenda similar a do Congresso, mas um público mais diversificado, não se restringindo às entidades sindicais dos professores. (fonte: Agência Carta Maior)