A revista Carta Capital desta semana traz uma reportagem sobre o perfil da corrupção em municípios brasileiros. Amparada em resultados da força-tarefa realizada pela Controladoria Geral da União (CGU), a matéria mostra que 137 cidades foram palco de irregularidades mais sérias. Segundo revista, “há uma tendência de legendas consideradas de direita, como o PFL, possuírem, estatisticamente, mais prefeitos corruptos do que outras agremiações partidárias”.
De acordo com a reportagem, o PFL detém cerca de 15% das prefeituras do Brasil, mas quase 25% dos municípios envolvidos em irregularidades são comandados por prefeitos pefelistas. Na Paraíba, por exemplo, o partido comanda 16,9% das prefeituras. Responde, no entanto, por 66% dos municípios listados por desvio de dinheiro público.
Em Sergipe, três dos quatro municípios apontados como focos de corrupção têm prefeitos do PFL. Em todo o Nordeste, segundo a CGU, 64 municípios foram enquadrados como problemáticos. Desse total, 30% eram do PFL.
“O PFL posa nacionalmente como oposição e paladino da moralidade. Mas os municípios administrados pelo partido são historicamente submetidos a gestões sem moralidade com a coisa pública. Isso não é novidade”, afirmou o deputado João Magno (PT-MG).
PSDB e PMDB estão no poder em 15% das localidades envolvidas em corrupção, respectivamente. No Ceará, onde os tucanos administram 26,2% das prefeituras, o índice de irregularidades graves atinge 38,4% dos prefeitos do partido. Segundo a reportagem, “os números revelam, pelo menos, a ocorrência de mais casos de corrupção envolvendo tucanos do que o esperado”.
De acordo com a matéria, “os números sugerem que a ideologia do partido no poder em âmbito municipal pode fazer alguma diferença quando o assunto é probidade”. Em Santa Catarina, por exemplo, o PFL é a terceira força política (no poder em 18,4% dos municípios). Mas 60% das cidades com casos considerados graves pelos auditores têm um pefelista no poder.
De acordo com a matéria da Carta Capital, o PT está no poder em 14,1% dos municípios brasileiros. Segundo a CGU, 2,2% das localidades com contas consideradas irregulares pelos auditores são administradas pelo partido. Foram constatadas irregularidades em prefeituras petistas de Rondônia, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
(Fonte: CUT)