Por Marcela Cornelli
Os petroleiros rejeitaram ontem, por unanimidade, em todas as bases do país as contrapropostas apresentadas pela Petrobrás e subsidiárias (Transpetro, Refap e Petroquisa). As assembléias em todo país estão aprovando o indicativo da FUP (Federação Única dos Petroleiros) de paralisações de 24h a partir da próxima segunda-feira (4/10), que poderão ser convocadas a qualquer momento nos locais de trabalho.
Segundo a FUP, também conhecidas como greve-pipoca, essas mobilizações já foram realizadas com sucesso pela categoria em 2000 e 2001. Além das paralisações, a FUP indicou que os trabalhadores decretem estado de greve e aprovem assembléias permanentes, aumentando, assim, a pressão sobre a direção da Petrobrás.
A FUP retornou à Petrobras na última terça-feira (28/9) para comunicar à empresa o resultado das assembléias e os indicativos de mobilizações que estão sendo aprovados pelos trabalhadores. A Federação exigiu a apresentação de uma nova contraproposta o mais rápido possível.
Enquanto os petroleiros lutam por aumento real, a direção da Petrobras anuncia que fechará o segundo semestre do ano com uma produção recorde de 1,73 milhão de barris/dia, o que levará a empresa a atingir em 2005 a auto-suficiência na produção de petróleo. Além dos lucros recordes, a empresa tem sido a maior contribuinte do governo para o superávit primário. Só em agosto, a Petrobras e a Eletrobrás foram responsáveis por mais da metade dos R$ 10,9 bilhões de superávit do setor público.
Segundo a FUP, enquanto governo e acionistas privados usufruem dos resultados produzidos pelos trabalhadores, a Petrobras reserva menos de 2% de seus ativos para as despesas com pessoal. Para a Federação, é chegada a hora da direção da empresa começar a valorizar seus empregados na relação capital-trabalho.
Fonte: FUP