Coordenadores da Fenajufe tiveram, no final da tarde de ontem (05), mais uma reunião com representantes da bancada do governo no Congresso, tendo como pauta central a aprovação dos PLs 6613/09 e 6697/09, que revisam os Plano de Cargos e Salários dos servidores do Judiciário Federal e do MPU. Desta vez o encontro foi com o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vacareza (PT-SP), que disse aos coordenadores Antônio Melquíades (Melqui), Cledo Vieira e Valter Nogueira que está disposto a ajudar nas interlocuções junto ao governo federal para que um acordo orçamentário seja finalizado.
Em um tom mais brando do que as declarações que já havia feito a jornais da grande imprensa em relação ao reajuste dos servidores, o líder – um dos parlamentares de maior peso da bancada do governo no Congresso Nacional – afirmou que apoia a reivindicação da categoria e por isso garantiu que a Fenajufe pode contar com a sua ajuda.
As declarações de apoio do deputado foram dadas após os dirigentes sindicais apresentarem estudos que comprovam a diferença salarial dos servidores do Judiciário Federal e do MPU em relação às categorias do Legislativo e a algumas do Executivo que desempenham funções semelhantes. Os dados apresentados pela Federação também mostram que o reajuste previsto nos PLs será apenas para repor a defasagem acumulada nos últimos cinco anos, uma vez que o atual PCS da categoria foi aprovado em 2006, com uma tabela elaborada em 2004. Além disso, os coordenadores da Fenajufe também rebateram, a partir do estudo entregue ao deputado, o discurso do governo de que não há recursos para implementar o projeto que revisa o PCS da categoria.
Em relação ao processo de negociação, Vacareza informou que tem havido conversas entre representantes do STF e do Executivo e, por isso, afirmou acreditar na finalização de um acordo para votar o projeto. O líder se comprometeu, ainda, a pautar o PCS na coordenação de governo, que se reúne todas as segundas-feiras.
O deputado Paulo Pereira (PDT-SP), que também participou da reunião, garantiu aos coordenadores da Fenajufe que ajudará nas negociações em torno do PCS. Ele reconheceu, junto com Vacareza, que realmente há uma defasagem no salário dos servidores do Judiciário Federal e do MPU em relação a outras carreiras e ainda informou que é relator dos novos projetos que reajustam o salário dos servidores da Câmara e do TCU. “Nós vamos ajudar vocês”, disse o deputado, que é líder do PDT na Câmara. Ao comentar as declarações do deputado pedetista, os dirigentes sindicais informaram que a Fenajufe, preocupada com a luta de outras categorias de trabalhadores, está junto com as centrais sindicais na campanha em defesa da jornada de 40 horas semanais.
Intensificação das pressões e deflagração da greve em todo o país
Os coordenadores da Fenajufe que participaram do encontro consideraram um avanço as declarações do líder do governo na Câmara, uma vez que pela primeira vez ele se comprometeu a ajudar nas interlocuções para fechar um acordo, posição diferente do que vinha dizendo nos últimos meses. Para eles, o apoio de um deputado com o peso de Vacareza é positivo e aponta que há contradições dentro da bancada do próprio governo. Eles acreditam, no entanto, que as mobilizações devem se intensificar nas próximas semanas, com a ampliação do trabalho de pressão junto aos deputados, em especial os da base governista, e a deflagração da greve por tempo indeterminado.
“Não temos dúvida que as pressões da categoria em cima dos parlamentares vêm tendo resultado, uma vez que nas últimas semanas conseguimos o apoio de pessoas com peso relevante dentro do Congresso Nacional e no governo. Mas ainda temos muita caminhada pela frente, que é a garantia do fechamento de um acordo para que o nosso PCS seja aprovado. Nesse sentido, reforçamos a orientação para que os sindicatos e a categoria nos estados intensifiquem os contatos com os deputados, convencendo-os a comparecerem na sessão do dia 26 de outubro para que aprovem o nosso projeto”, orienta Cledo Vieira.
Para Melqui, o momento exige que os sindicatos e a categoria em todo o país iniciem de imediato a greve por tempo indeterminado. Ele reforça a orientação da Fenajufe para que todos comecem a paralisação até o dia 18 de outubro. “Não temos dúvida que uma greve forte e unificada fará a diferença nesse momento, em que parece que as coisas estão andando. As pressões já estão surtindo seu efeito, mas elas precisam aumentar para que o desfecho seja conforme os anseios da categoria. E a deflagração da greve nos próximos dias é que garantirá essa vitória final”, ressaltou Melqui.