O Fórum Interparlamentar das Américas (Fipa) condenou o processo de formação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas) e sugeriu como alternativas ao bloco econômico a Comunidade Sul-Americana de Nações e a Alternativa Bolivariana das Américas (Alba). A decisão está no texto final da 4ª Plenária do grupo, ocorrida em Brasília, sábado (21). O Fórum Interparlamentar das Américas foi constituído em março de 2001 durante reunião no Parlamento do Canadá, em Ottawa, e é composto por parlamentares dos 35 estados das Américas. No encontro em Brasília, iniciado na última quarta-feira, participaram cerca de 100 parlamentares de 20 países.
“Nós os parlamentares da América recomendamos que nossos governos reestruturem a Alca e qualquer outro acordo de comércio de forma que assegure a implementação de políticas que apóiem a qualidade de emprego, o desenvolvimento econômico e programas sociais”. E acrescenta: “Reconhecemos a existência de outros espaços de negociação no hemisfério tais como a Alternativa Bolivariana das Américas (Alba) e a Comunidade Sul-Americana de Nações”.
O grupo de trabalho responsável pela realização dos debates sobre a Alca apresentou um texto ainda mais crítico em relação ao bloco. “O Grupo de Trabalho sobre Alca, após um debate, manifestou sua posição crítica sobre a Alca como está sendo negociado já que afeta a soberania, não resolve os problemas sociais, beneficia somente aos grandes empresários e teme que afete desfavoravelmente o setor agrícola”, diz o documento.
O texto escrito inicialmente omitia as reclamações sobre a Alca por recomendação da presidente honorária do Fipa, a senadora canadense Céline Hervieux-Payette. No entanto, a maioria dos parlamentares presentes, encabeçados pela bancada venezuelana, criticou a omissão e o texto foi reescrito.
Segundo o parlamentar venezuelano Simon Escalona, a adoção da Alca não seria “saudável” ao povo latino já que a formação do bloco econômico estaria a serviço de uma política neoliberal e “globalizadora”.
“A Alca está concebida e estruturada para o fortalecimento da política neoliberal e globalizadora que sustenta o império. E nesse sentido, rechaçamos categoricamente o processo da Alca. E por isso estamos sugerindo uma nova proposta, uma proposta alternativa em função do desenvolvimento econômico de nossos países, como é o caso da Alba”, afirmou.
Fonte: Tribuna da Imprensa