O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) decidiu, em reunião realizada nesta segunda-feira (6), não participar do Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros, conhecido como Cansei. Segundo o presidente da OAB, Cezar Britto, o Conselho Federal não fez um juízo de valor sobre o teor do movimento, entendendo que a sociedade tem o direito de se manifestar como bem entende. No entanto, decidiu se manifestar esclarecendo que não se trata de um movimento encampado pelo Conselho Federal da entidade.
A decisão foi motivada pela atitude da OAB de São Paulo que se manifestou publicamente a favor do movimento, que conta com o apoio de entidades como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e TV (Abert) e outros grupos. O movimento Cansei está convocando uma paralisação nacional de um minuto no próximo dia 17 de agosto, quando o acidente com o airbus da TAM, em Congonhas, completa um mês.
A OAB do Rio de Janeiro criticou o movimento afirmando que há intenções políticas. Em nota oficial, a seção carioca da ordem classificou o movimento como “golpista, estreito e que só conta com a participação de setores e personalidades das classes mais abastadas do estado de São Paulo”. Nesta segunda, ao participar da reunião do Conselho Federal o presidente da OAB-RJ, Wadih Damous, resumiu assim sua posição: “ou vamos fazer uma homenagem as vítimas, ou vamos criticar o governo”. O presidente da seccional de São Paulo da OAB, Luiz Flávio D’urso, não participou da reunião do Conselho Federal.
Antes do debate no Conselho Federal da OAB sobre a adesão ou não ao movimento houve tentativa de alguns integrantes de analisar o assunto a portas fechadas. A proposta acabou derrotada após votação dos representantes de cada estado. No final, um acordo definiu que o conselho não participará da campanha apoiada pela OAB paulista.
Fonte: Agência Carta Maior, com informações são da Agência Brasil