Por Janice Miranda
Relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT) sobre conflitos no campo de janeiro a novembro de 2003 aponta aumento, em relação ao ano anterior, de 77,5% no número de trabalhadores rurais assassinados.
O documento traz números sobre assassinatos, tentativas de assassinatos, ameaças de morte, torturas e prisões de agricultores, ocupações e conflitos de terra, e sobre as várias formas de expulsão e despejo de famílias de trabalhadores rurais de áreas por elas ocupadas – um quadro de violência e violações de direitos humanos no meio rural que bate todos os recordes dos últimos 11 anos.
A CPT afirma que os assassinatos aumentaram, passando de 40 em 2002 para 71 em 2003 (número superado apenas em 1990, quando foram assassinados 79 trabalhadores rurais). Outras formas de violência também foram significativas, como tentativas de assassinato – 67 em 2003, contra 38 em igual período de 2002, ameaças de morte – 197 em 2003 -, e agricultores feridos em conflitos – 50 em 2003, contra 25 em 2002. Nas disputas de terras, 2.346 famílias foram ex-pulsas das propriedades, mais de 20 mil sofreram ameaças de ex-pulsão e cerca de 7.000 foram vítimas de pistolagem. Outras 30.853 famílias sofreram despejos, durante os quais cerca de 6 mil tiveram suas casas, suas roças ou seus pertences destruídos.
Fonte: CUT RJ