O número de mortos pelo tsunami no Sri Lanka subiu ontem (17), quando autoridades disseram que quanto mais limpam, mais corpos encontram. A ilha acrescentou outras 7.275 vítimas à sua lista de mortos, elevando o total do país para mais de 38 mil e o número geral no oceano Índico para 175.458. “Estamos encontrando corpos diariamente, conforme limpamos os destroços”, disse Tilak Ranavirajah, autoridade do Ministério da Segurança Pública.
A Indonésia, país mais atingido, vem aumentando seu total de mortos, mas a contagem de corpos no Sri Lanka estava estabilizada ao redor dos 30 mil até esta segunda-feira. O vice secretário da Defesa dos Estados Unidos, Paul Wolfowitz, viajou para a ilha para conferir os esforços de limpeza no porto de Galle (Sul). O governo disse que começará a fase de reconstrução na próxima quarta-feira, a partir da cidade devastada de Hambantota. “Não estávamos preparados de jeito nenhum…para enfrentar um desastre como esse”, disse o presidente Chandrika Kumaratunga. “O povo desse país enfrentou (o tsunami) de maneira eficiente e está em condição de reconstruir.”
Vinte e dois dias depois da tragédia provocada por um terremoto submarino e por ondas gigantes na costa de Sumatra, na Indonésia, a população do Sri Lanka começou a reconstruir casas e hotéis na costa, apesar da proibição do governo. “Estou preocupado com minha família, e também com o futuro dos meus filhos. Esse é o meu negócio. De que outra maneira vou proteger e alimentar meus filhos?”, questionou Ranjith Premakumara, 28, reconstruindo uma pousada a 30 metros da praia na cidade de Paiyagala Sul.
Corpos no templo
Na Tailândia, o primeiro-ministro da Suécia, Goran Persson, visitou um templo budista transformado em necrotério. Ele estava acompanhado de seus colegas da Noruega e Finlândia, Kjell Magne Bondevik e Matti Vanhanen. Dentro do templo há corpos recuperados do resort de Khao Lak, e especialistas trabalham na identificação.
O trio foi recebido por um protesto de tailandeses contra os planos do governo de mudar o necrotério e a operação de identificação para a ilha de Phuket, a duas horas de viagem em direção ao Sul.
Quase 2.000 suecos morreram ou desapareceram. O tsunami parece ser a maior tragédia da Suécia em dois séculos — o país ficou neutro nas guerras mundiais. Na cidade de Seruthur, na Índia, Lakshmi Kolandavelu se recusa a acreditar no marido quando ele afirma que o filho de dois anos, tirado dos braços dela pelas ondas, está morto e provavelmente foi enterrado em uma vala comum com três de seus quatro irmãos. “Não encontramos os corpos”, diz ela, balançando a cabeça. “A deusa do mar nos deu cinco filhos e nos tirou quatro”, observou o marido
China usará DNA na identificação
Especialistas chineses em DNA iniciaram nesta segunda-feira em Pequim a análise de amostras tomadas na ilha tailandesa de Phuket, a fim de ajudar a identificação de 4.000 cadáveres, informou ontem a imprensa chinesa. O primeiro grupo de cem tecidos com amostras chegou no sábado ao Instituto do Genoma de Pequim, órgão da Academia Chinesa de Ciências, e os trabalhos de pesquisa começaram no domingo, segundo anunciou o jornal China Daily.
Nos próximas dias chegarão mais remessas de amostras ao instituto, capaz de analisar 4.500 por dia, segundo assinalou um de seus especialistas, Yang Xu. A Tailândia aceitou em 7 de janeiro a ajuda de institutos de genética da China e EUA para ajudar a identificação das vítimas, muitos delas turistas estrangeiros que passavam as férias natalinas na praia. Os resultados dos testes de DNA obtidos serão comparados com amostras genéticas de parentes de pessoas desaparecidas nos tsunamis de 26 de dezembro, que causaram mais de 160 mil mortes no litoral banhado pelo Oceano Índico.
Do Diário Vermelho, com informações das agências internacionais