Por Janice Miranda
Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva e dos Estados Unidos, George W. Bush e, tiveram ontem o seu terceiro e mais difícil encontro, após a primeira sessão de trabalho da Cúpula Extraordinária das Américas, que se realiza na cidade de Monterrey, no norte do México.
Não houve entrevista coletiva com os dois presidentes depois do encontro de meia hora, numa sala da Pinacoteca Fundidora. Mas o secretário brasileiro de Imprensa e Divulgação, Ricardo Kotcho, confirmou o que o chanceler Celso Amorim antecipara no domingo: Lula apresentou a Bush uma proposta de acordo bilateral de isenção de visto em passaportes de cidadãos americanos e brasileiros, pondo fim também ao fichamento dos viajantes.
Ao ser entregue o documento, Amorim questionou: “Se há 27 exceções, por que não 28?”, referindo-se ao fato de os EUA isentarem 27 países do Primeiro Mundo da necessidade de visto para a entrada em território norte-americano. Bush respondeu que se tratava de um bom argumento, sorriu e prometeu que a proposta seria analisada pelo governo dos EUA.
O encontro Lula/Bush saiu atrasado e tumultuado. O atraso se deveu ao prolongamento da sessão da Cúpula, devido aos discursos dos chefes de Estado, que não obedeceram ao limite de três minutos para cada fala. Oa tumulto ficou por conta do esquema de segurança de Bush. Os jornalistas que compareceram à pinacoteca foram revistados até com ajuda de aparelhos de raios x e cães farejadores. Instantes depois de entrarem na sala onde iria se realizar a reunião, os assessores da Casa Branca começaram a gritar para que fossem retirados. Com toda a confusão, os dois presidentes terminaram saindo atrasados para o último compromisso da noite, um jantar oferecido pelo presidente Vicente Fox, anfitrião do evento.
Fonte: Diário Vermelho