Vestida de preto, a servidora segura um cartaz ‘fúnebre’ com a seguinte frase: “Aqui jaz o poder aquisitivo”. É com essa temática que transcorre, neste momento (quarta-feira 10, 16h45), a manifestação dos trabalhadores do Judiciário Federal e do Ministério Público da União, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
O ato ‘marca’ a posse do ministro Ricardo Lewandowski na presidência do Supremo Tribunal Federal, que acontece neste momento na sede do órgão. Participam da cerimônia a presidenta da República, Dilma Rousseff, o vice-presidente Michel Temer, os presidentes do Senado Federal, Renan Calheiros, e da Câmara dos Deputados, Henrique Alves, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcus Vinicius Furtado Coelho.
O ministro Marco Aurélio de Mello discursará em nome dos demais membros do tribunal.Do lado de fora da sede do Supremo, participam da manifestação servidores de Brasília e de diversos outros estados do país. O protesto foi convocado pelo Comando Nacional de Greve, instalado na federação nacional (Fenajufe). O sindicato de Brasília (Sindjus-DF), cuja direção chegou a tentar suspender o ato, participa da atividade. O protesto expõe a insatisfação dos servidores com oito anos de perdas salariais acumuladas e com a falta de perspectivas concretas de aprovação dos projetos que repõem o poder aquisitivo dos salários. Os trabalhadores também contestam o corte unilateral promovido pela presidenta Dilma nas previsões orçamentárias do Poder Judiciário e do MPU para 2015, que exclui recursos para os projetos salariais.
Na véspera do ato, o presidente eleito do STF recebeu uma comissão formada por dirigentes da Fenajufe e do Sindjus-DF. Lewandowski prometeu buscar o governo para negociar a aprovação das propostas, mas não deu garantias e disse que dificilmente falaria sobre isso com a presidenta Dilma antes das eleições de outubro.