Foi com muita agitação, apitos, buzinas, panelas, bandeiras e garra que os servidores do Judiciário e MPU participaram do primeiro dia de greve por tempo indeterminado e chamaram a atenção da presidente da República, Dilma Rousseff. A categoria se reuniu nesta terça-feira [24] na Praça dos Três Poderes e protestou em frente ao Supremo Tribunal Federal [STF] e ao Palácio do Planalto.
A manifestação começou em frente ao prédio do Supremo onde ficam localizados os gabinetes dos 11 ministros. Em seguida o grupo se dirigiu ao Palácio do Planalto, cruzou a avenida, e chegou aos pés da rampa presidencial chamando a atenção da imprensa e dos trabalhadores daquele local que foram para as janelas saber o que estava acontecendo.
Mais do que isso, o grupo com certeza chamou a atenção da presidente Dilma que estava no segundo andar do Palácio no momento da manifestação. “Se nossa luta é para chamar a atenção da sociedade, das autoridades do judiciário e do Governo Federal, em especial do ministro Cezar Peluso, que não honra o compromisso feito conosco, e da presidenta Dilma, que é uma sequência do Governo anterior e também não está honrando o compromisso feito conosco, nós conseguimos”, avaliou o coordenador-geral do Sindjus, Berilo Leão.
O efeito do protesto foi imediato. Berilo foi abordado no momento da manifestação pelo assessor da secretaria-geral da Presidência da República, Manoel Messias, e relatou a indignação dos servidores. “Disse a ele que a paciência dessa categoria já se esgotou. O nosso último reajuste foi em 2006 e por isso, inclusive nós chamamos a palavra de ordem ‘5 anos não, reajuste na minha mão’. Mostrei para ele que a nossa defasagem hoje é de uma média de 80%”, relatou o coordenador aos manifestantes.
O assessor se comprometeu em levar a demanda a presidente Dilma e ao ministro Antônio Palocci [Casa Civil], mas o representante do sindicato alertou. “É importante que essas reivindicações sejam levadas, mas nós queremos que a presidenta Dilma receba os servidores e ouça diretamente de nós o clamor e as nossas reivindicações. Porque o ministro Cezar Peluso, que firmou o compromisso, não tem tido ações concretas no sentido de construir e garantir o nosso reajuste. Só vamos sair dessa greve na hora que tivermos uma ação concreta que garanta aos servidores do judiciário e do MPU o reajuste salarial”, afirmou Berilo.
Servidores do MPU também protestaram na PGR
Antes de irem para a Praça dos Três poderes os servidores do Ministério Público fizeram um grande piquete na Procuradoria-Geral da República [PGR], entraram no prédio, passaram em todos os andares e pararam em frente à porta do Procurador Roberto Gurgel gritando palavras de ordem que pediam uma maior atuação do representante máximo do MPU. “Esses servidores do Ministério Público que tiveram essa ousadia de entrar no prédio com apito, buzina, bandeira, gritar palavra de ordem não podem estar mais sozinhos no ministério publico e é o recado que a gente vai levar nos nossos piquetes. Temos que crescer essa greve, fortalecer em todos os locais de trabalho”, disse Ana Paula Cusinato, coordenadora-geral do Sindjus-DF.
As manifestações da categoria seguem nesta quarta-feira [25], com mais um ato na frente do Supremo. “Amanhã tem sessão no Supremo e é importante que cada servidor aqui hoje ajude a reforçar esses atos. Temos que aproveitar essa oportunidade, chamar os colegas para a responsabilidade, mostrar que essa luta é de todos e todos nós temos que vir para o sol, para a chuva, para a luta porque vamos sair vitoriosos”, disse Berilo.
Os piquetes em cada local de trabalho aconteceram pela parte da manhã. No começo da tarde ônibus seguirão para a Praça dos Três Poderes onde, às 15h, será dado mais um exemplo de força dessa categoria.
Fonte: Sindjus-DF