Neste ano, o 8 de Março está mobilizando a classe trabalhadora brasileira em defesa dos direitos das mulheres e contra a reforma da Previdência. O Judiciário Federal de Santa Catarina fará duas Assembleias/Atos quarta-feira: uma no TRT (15 horas) e outra na Justiça Federal (16 horas).
Os servidores irão debater o indicativo de paralisação em 15 de março contra a Reforma da Previdência, conforme calendário aprovado na Reunião Ampliada da Fenajufe realizada em fevereiro e que já conta com a adesão de Sindicatos de base da Federação e de outras categorias do serviço público e da iniciativa privada.
Reforma prejudica mais as mulheres
As mulheres serão as mais afetadas pela reforma da Previdência. Se aprovada, a idade para aposentadoria será igualada à dos homens, desconsiderando a dupla jornada de trabalho, uma realidade para a maioria das trabalhadoras.
Uma pesquisa anual do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) aponta que seriam necessários 95 anos para que mulheres e homens atingissem situação de plena igualdade no Brasil.
O país ficou na 79ª posição no ranking global de 2016 da organização sobre o tema. Em 2015, havia ficado na 85ª posição. Mas a pontuação do país subiu apenas marginalmente: 0.687, sendo 1 o desempenho ideal.
A situação mundial piorou de forma geral, mas houve melhora na região da América Latina e do Caribe. O Brasil, entretanto, é o pior colocado entre as grandes economias do continente, atrás da Argentina (33º), México (66º) e Chile (70º). Ficou, porém, à frente do Uruguai (91º).
Entre os mais bem posicionados, há apenas um representante latino, a Nicarágua, em 10º lugar.
Mais especificamente, as brasileiras sofrem com falta de representação política e salários baixos. Isso apesar de terem desempenho melhor que os homens em saúde e educação.
Desigualdades históricas
O documento intitulado "Previdência: reformar para excluir? Contribuição técnica ao debate sobre a reforma da previdência social brasileira", produzido pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e pela Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (ANFIP), afirma que, ao eliminar o bônus concedido às mulheres no tempo de contribuição e idade de aposentadoria, os formuladores da reforma desconsideram as condições desfavoráveis enfrentadas por elas no mercado de trabalho e a dupla jornada que realizam, tendo em vista a quantidade de horas por semana dedicadas aos afazeres domésticos e ao cuidado com os filhos.
As desigualdades entre homens e mulheres, conforme o estudo, ainda são uma forte característica do nosso mercado de trabalho. Quando se lançam no mercado de trabalho, as mulheres têm maiores dificuldades do que os homens para encontrar emprego; e, quando encontram, experimentam maiores jornadas, inserções mais precárias e remunerações mais baixas.
Essas desigualdades se explicam, como já dito, pela responsabilidade das mulheres no trabalho doméstico não remunerado e pelas atividades relacionadas à reprodução, que as exclui por longos períodos do mercado, dificultando o acesso a empregos e à valorização profissional.
Segundo os dados da Pnad-IBGE em 2014, a parcela da população feminina em idade ativa que trabalhava ou estava à procura de trabalho era 57% (79,2% no caso dos homens). A taxa de desemprego entre as mulheres (8,7%) era superior à dos homens (5,2%). Mesmo sendo mais escolarizadas, as mulheres tinham rendimento médio mensal menor (R$ 1.250,00) que os homens (R$ 1.800,00).
Diante deste quadro, movimentos sociais e sindicais em todo o mundo estão organizando uma série de atividades neste dia 8. No Brasil, o ponto central é a reforma da Previdência e o ataque contra os trabalhadores, principalmente as mulheres. Por isso, o Sintrajusc convida todas as servidoras e servidores a estarem presentes nesse momento histórico de luta em defesa dos direitos.
ASSEMBLEIA/ATO
dia 8 de março, quarta-feira
15 horas na rampa do TRT-SC (r. Esteves Júnior)
16 horas na sede da Justiça Federal (av. Beira-Mar Norte)
Pauta: indicativo de paralisação em 15 de março contra a Reforma da Previdência