Nasce a Central dos Trabalhadores do Brasil

O Movimento por uma Central Classista e Democrática anunciou ontem em São Paulo a criação da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB). A denominação é inspirada em centrais de países como a Argentina (CTA), Cuba (CTC) e Equador (CTE) e ainda precisa ser referendada pelo congresso de fundação, marcado para 12, 13 e 14 de dezembro em Belo Horizonte (MG).
 
O manifesto pela criação da CTB já conta com o apoio de 670 presidentes de sindicatos e líderes de federações de trabalhadores. A expectativa, considerando a expressiva adesão contabilizada até o momento, é que esse número chegue a mil até o congresso.
 
O grupo já está engajado na Marcha da Classe Trabalhadora, que acontece no dia 5 de dezembro em Brasília (DF). A manifestação convocada em conjunto pelas centrais sindicais defenderá a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução de salário.
 
CSC integra nova central
 
A CTB congrega forças sindicais com raízes em diferentes partidos, além dos integrantes da Corrente Sindical Classista, que decidiu deixar a CUT durante o 7º Encontro Nacional da Corrente. Na semana seguinte, membros da CSC em Santa Catarina entregaram carta à CUT colocando à disposição as funções que ocupavam.
 
O coordenador geral do Sintrajusc, Robak Barros, e o servidor da Justiça Federal de Joinville, Edson Caetano, estiveram entre os quatro delegados catarinenses que participaram do evento entre os dias 28 e 30 de setembro em Salvador (BA).
 
Segundo Robak, a desfiliação da CUT é resultado de um intenso processo de reflexão da CSC, há muito contrariada com a política hegemonista imprimida pela central. “Na nossa categoria, dos servidores do Judiciário Federal em Santa Catarina, aconteceu a desfiliação à CUT em setembro de 2005, após um longo período de críticas à atuação da central, principalmente no episódio mais marcante para os servidores públicos que foi a reforma da previdência”, exemplificou. Segundo ele, a direção da CSC também discordava da postura governista adotada sistematicamente pela CUT.

Ainda durante o encontro, representantes de 232 entidades de todo o país aprovaram por unanimidade o documento “Rumo a uma central classista e democrática”, em que delinearam as diretrizes da nova central sindical. “Terá que ser plural, sem ranços partidários e capaz de atrair pessoas que desejam ver seus direitos respeitados e seu sindicato forte”, espera Edson Caetano.