Não absorção dos quintos está na pauta da sessão do CJF de 24/6; falta apenas um voto para garantir o direito da categoria

A próxima sessão do Conselho da Justiça Federal (CJF) tem como item 14 da pauta o julgamento do processo administrativo que analisa a absorção ou não dos quintos em reposições salariais da categoria. A sessão ocorrerá na sede do TRF6, em Belo Horizonte (MG), no dia 24, a partir das 14h. O julgamento foi interrompido no dia 25 de maio por pedido de vista do desembargador Guilherme Calmon, presidente do TRF2 (Rio de Janeiro). Falta apenas um voto para que a decisão do CJF seja favorável a servidores e servidoras.

Com o processo administrativo comum 0004055-21.2023.4.90.8000, a categoria busca o pagamento retroativo dos quintos absorvidos na primeira parcela da reposição salarial dos servidores e das servidoras do Judiciário Federal, em fevereiro de 2023. Em janeiro, o CJF, a partir de um despacho do secretário-geral, juiz federal Daniel Marchionatti Barbosa, emitiu orientação aos tribunais para manterem a absorção dos quintos, descumprindo a extensão da lei 14.687/2023. A lei dispõe sobre a criação de funções comissionadas e de cargos efetivos no quadro de pessoal do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e, entre outros pontos, determina que os quintos e décimos não podem ser reduzidos ou compensados por reajustes remuneratórios.

O julgamento já havia sido interrompido em fevereiro, por pedido de vista do vice-presidente do CJF, ministro Og Fernandes. Na sessão de 27 de maio, ele abriu divergência do voto da relatora, ministra Maria Thereza, que votou contra a não absorção e havia sido seguida pela então presidente do TRF3 (São Paulo e Mato Grosso do Sul), desembargadora Marisa Santos.

Segundo Og Fernandes, mesmo que o reajuste tenha sido dividido em três parcelas, trata-se de um único reajuste. No entendimento do ministro, a aplicação da lei 14.523/2023 deve ser imediata e engloba o reajuste como um todo e não apenas duas de suas parcelas.

Falta apenas um voto para a decisão favorável

Até o momento, apenas a relatora e a então presidente do TRF3 votaram contra a não absorção. Faltam ainda quatro votos, entre eles, o do presidente do TRF4, desembargador Fernando Quadros da Silva, que, em reuniões com o Sintrajufe/RS, afirmou que é favorável ao pleito da categoria.

Na última reunião, dia 6 de junho, o desembargador afirmou: “Vou votar a favor, quanto a isso não teremos dificuldades”. Para o presidente do TRF4, o voto do ministro Og Fernandes está “muito bem estruturado” e “tendo a acompanhar o voto”. Ele avalia que, “por toda a evolução legislativa, tudo o que aconteceu na matéria, o raciocínio do legislador era por não descontar esses valores dos vencimentos” e que a questão deve ser definida na sessão do dia 24.

Como votaram os ministros até o momento

Ministra Maria Thereza de Assis Moura (presidente do CJF) Contrária
Desembargadora Marisa Santos (ex-presidente do TRF3) Contrária
Ministro Og Fernandes (vice-presidente do CJF) Favorável
Ministro Rogerio Schietti Cruz (membro efetivo) Favorável
Ministro Reynaldo Soares da Fonseca (membro efetivo) Favorável
Ministro Messod Azulay Neto (membro suplente) Favorável
Desembargador federal João Batista Moreira (presidente do TRF1) Favorável
Desembargador federal Guilherme Calmon (presidente do TRF2) Pediu vista

Com informações do Sintrajufe-RS