Os dirigentes encenaram Lira passando um rolo compressor no direitos sociais e distribuindo dinheiro aos deputados
Servidoras e servidores de todo o País ocuparam a Esplanada dos Ministérios nesta quarta-feira (24) para denunciar o tratoraço do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na compra de votos para aprovação da PEC dos Precatórios (PEC 23/21) e tentativa de fazer o mesmo com a “Reforma” Administrativa (PEC 32/20). Fenajufe, Sindicatos de base, entidades do Fonasefe e de diversos segmentos do funcionalismo seguem mobilizados pela décima-primeira semana consecutiva em Brasília, com presença de representantes do Fórum dos Servidores Públicos de Santa Catarina.
A concentração dos dirigentes ocorreu cedo no Espaço do Servidor e, de lá, seguiram pela Esplanada até a Alameda das Bandeiras, onde denunciaram a compra de votos pela aprovação das propostas do governo com a utilização do “orçamento secreto”.
Na performance, os servidores encenaram Arthur Lira passando um rolo compressor nos direitos sociais e distribuindo dinheiro aos deputados — que recolheram as notas no chão em troca do voto sim à destruição dos serviços públicos.
A Fenajufe publicou matéria repercutindo a entrevista do ex-líder do PSL, deputado Delegado Waldir (PSL-GO), ao The Intercept Brasil, onde revelou o jogo por trás da aprovação da reforma da Previdência em 2019 e da eleição de Arthur Lira como presidente da Câmara no início do ano: foram R$ 10 milhões em emendas do orçamento secreto por deputado pelo voto em Lira e, na Previdência, R$ 20 milhões por parlamentar. De acordo com a reportagem, o “orçamento secreto” de Bolsonaro se configura na troca de votos por emendas do relator, um novo tipo de rubrica de gastos RP-9 que já totaliza R$ 18,5 bilhões em 2021, propostos por deputados dos quais os nomes são mantidos em sigilo pela Câmara.
Em outubro, o assessor da Frente Parlamentar Mista do Serviço Público Vladimir Nepomuceno denunciou a cartada desesperada do governo — sob supervisão de Lira — para aprovar a PEC 32/20: o valor de R$ 20 milhões em emendas parlamentares não impositivas, que não têm sua execução obrigatória no Orçamento da União, para tentar atingir os votos necessários. No entanto, mesmo com essa barganha, os deputados estão preocupados com as eleições de 2022 porque por onde andam se deparam com o “se votar não volta” dos servidores pelo País.
Com informações da Fenajufe