Por Imprensa
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) intensificará as cobranças para que o governo acelere o plano de reforma agrária e assente 430 mil famílias até o final de 2006.
“Nós queremos que o governo, assim como honra os contratos com o Fundo Monetário Internacional e com bancos, honre seus contratos sociais e um deles é com a reforma agrária”, afirmou João Pedro Stédile, após reunir-se com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
O líder dos sem-terra informou que o MST vai intensificar as ocupações em abril para lembrar o massacre de 19 sem-terras em Eldorado dos Carajás, Pará, em 1997. Dezessete de abril é o Dia Internacional da Luta Camponesa.
“É natural, faz parte da lógica, que nesse período haja mobilizações maiores e haverá esse ano, não só no Brasil como em outros países também”, disse o líder do MST.
Stédile classificou de “ridículo” o número de assentados nos dois primeiros anos do governo e disse que cobrará ações emergenciais para acelerar o processo e compensar os resultados anteriores.
“Este ano, o Incra se comprometeu a assentar 115 mil famílias, mas isso não recupera o número de famílias assentadas em 2003 e 2004. “Nós queremos que o governo tome medidas emergenciais para que o Incra consiga operacionalizar o acordo que o presidente Lula fez conosco”, afirmou Stédile.
Dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário mostram que 81,2 mil famílias foram assentadas em 2003 e pouco mais de 36 mil no ano passado. Apesar dos números estarem bem abaixo da meta, o governo tem argumentado que são melhores do que o resultado médio apresentado de 1995 a 2002 (anos do governo de Fernando Henrique Cardoso). Hoje Stédile reúnem-se com os ministros José Dirceu (Casa Civil) e Luiz Dulci (Secretaria-Geral) para apresentar o plano dos sem-terra de medidas emergenciais para a reforma agrária.
Fonte: Agência Reuters