Por Janice Miranda
A Procuradora-Geral do Trabalho, Sandra Lia Simón, designou o procurador do Trabalho, Luis Antônio Camargo de Melo, para acompanhar as investigações sobre a emboscada sofrida por auditores do trabalho na região Nordeste de Minas Gerais. Ele viajou ontem para Unaí, onde se encontrará com autoridades do Poder Executivo e agentes da Polícia Federal, que já estão na cidade apurando os fatos.
A emboscada que resultou na morte de três auditores causou perplexidade entre os Membros do Ministério Público do Trabalho (MPT), que freqüentemente participam de operações semelhantes na apuração de denúncias contra o trabalho escravo.
Segundo a Procuradora-Geral, Sandra Lia Simón, a morte dos três auditores aconteceu num momento em que o Brasil vem intensificado a luta pela erradicação dessa prática. “Caso fique provado que a emboscada aconteceu como retaliação ao trabalho dos auditores, terá sido mais que um atentado contra a vida, um atentado contra o próprio povo brasileiro”, afirma Lia Simón. Ela classifica como “absolutamente fundamental” que todos os projetos de lei que efetivam a punição ao empregador que utiliza trabalho escravo “sejam imediatamente aprovados”.
O vice Procurador-Geral do Trabalho, Otávio Brito Lopes, também defende uma apuração prévia dos fatos, mas acredita que “uma vez provada a retaliação, a única resposta possível seria dada estimulando e acelerando ainda mais a fiscalização sobre o trabalho escravo e outras violações aos direitos do trabalhador”.
Leia abaixo a Nota Oficial do Ministério Público do Trabalho:
“O Ministério Público do Trabalho se solidariza com as famílias e colegas dos auditores executados. Ao mesmo tempo, alerta para a gravidade da situação e requer a apuração dos fatos e punição dos culpados na forma da lei, uma vez que a emboscada contra os auditores do trabalho é um atentado contra o Estado Democrático de Direito e contra a cidadania”.
Fonte: Sítio do MPT