As manifestações que o governo Lula enfrentou no campo, durante chamado “abril vermelho”, serão levados às cidades em maio — a começar por um ato na terça-feira (1º/5), Dia do Trabalho. Durante todo o mês, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva verá MST, UNE, grupos de sem-teto, sindicatos e partidos de esquerda, como PSOL e PSTU, unidos numa pauta única de cobranças.
Mesmo entidades próximas ao governo vêm sendo atraídas — caso da direção nacional da CUT e de setores da central, como a Corrente Sindical Classista. As reivindicações conjuntas pedirão alterações na política macroeconômica e avanços nas áreas sociais, agrárias e estudantis. O veto à Emenda 3 é outra pauta dos movimentos.
As ocupações de terra devem continuar, mas o foco dos protestos será em marchas, atos públicos e panfletagens. Na próxima terça-feira, uma manifestação na praça da Sé, em São Paulo, fará um contraponto — mais crítico — aos atos da CUT e da Força Sindical para comemorar o 1º de Maio.
Sem ataques pessoais
Para dia 23, estão convocadas mobilizações em várias capitais. A pauta terá ataques à política econômica, pedido de auditoria pública nas dívidas interna e externa e crítica às reformas trabalhista e previdenciária. Tudo aliado à cobrança da reforma agrária.
“O que motiva isso é a pouca perspectiva de mudanças estruturais no país. Queremos a manutenção de direitos e propor mudanças”, resume José Batista de Oliveira, da coordenação nacional do MST. O ato e as jornadas de maio marcam um reencontro de entidades e movimentos de esquerda que, ao longo do primeiro mandato petista, viveram em constantes atritos.
Durante reunião semana passada na sede nacional do MST, em São Paulo, os movimentos e entidades que organizam o “maio vermelho” fecharam um acordo informal de não atacar a imagem pessoal de Lula.
Fonte: Portal Vermelho