Por Marcela Cornelli
Sobre o ataque de Israel à Síria neste domingo, Israel alegou ter alvejado um campo de treinamento da Jihad Islâmica em retaliação a um atentado suicida a bomba no sábado. Mas a Jihad Islâmica garante não ter bases na Síria, e o chanceler Farouk al-Sharaa disse que Israel atingiu um alvo civil. Ele acusou o Estado judeu de agressão e advertiu que a Síria é capaz de “forçar Israel a rever” sua ação.
Em Al-Dreij, um jovem, que se identificou apenas como Omar, relatou não ter ouvido os aviões mas, sim, o som “aterrorizador” das explosões de sua casa a cerca de 500 metros do campo.
“Sentimos como se a casa tivesse se movido”, disse ele, enquanto consertava a porta de sua casa. “Meu pai estava dormindo no jardim naquela manhã e viu as chamas vermelhas da explosão”.
Omar afirmou que o campo foi certa vez ocupado por militantes palestinos, mas estava vazio há anos.
Um integrante da Frente Popular para a Libertação da Palestina-Comando Geral, disse que o campo foi administrado por seu grupo por anos, mas foi abandonado sete anos atrás.
Síria e Israel – duros adversários que continuam tecnicamente em guerra – se enfrentaram em três grandes conflitos, em 1948, 1967 e 1973. Mas desde a última guerra a fronteira comum tem estado calma, com seu conflito se desenrolando principalmente no vizinho Líbano, onde a Síria tem forte influência e apóia o movimento guerrilheiro antiisraelense Hezbollah.
A conversações de paz entre a Síria e Israel foram rompidas em 2000, após disputas sobre a devolução das Colinas do Golan, que o Estado judeu anexou em 1981.
Fonte: BBC Brasil